HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) constituem um dos maiores desafios dos sistemas de saúde contemporâneos, independentemente do grau de desenvolvimento dos países. Estima-se que, globalmente, cerca de 1,4 milhão de pacientes sejam acometidos diariamente por IRAS, implicando elevados índices de morbimortalidade, prolongamento de internações, aumento da resistência microbiana, custos assistenciais e óbitos evitáveis.
ObjetivosCapacitar os profissionais dos setores de ambulatório e transfusão do HEMOSE quanto às boas práticas de higienização das mãos, promovendo a sensibilização para os protocolos de biossegurança e prevenção de infecções institucionais.
Material e métodosFoi desenvolvido um programa de treinamento teórico-prático entre os dias 8 e 12 de abril de 2024, com carga horária de 10h, dividido em cinco módulos. A atividade ocorreu durante o horário de expediente e contou com a participação voluntária de 32 profissionais. A coleta de dados foi realizada por meio de checklist adaptado do Manual de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos, da Anvisa. As informações foram analisadas de forma descritiva, categorizando a formação profissional e o grau de adesão às práticas orientadas.Dos 32 participantes, 75% (n = 24) pertenciam ao sexo feminino e 25% (n = 8) ao sexo masculino. A formação acadêmica foi variada: três enfermeiros (9,3%), dois farmacêuticos (6,2%), seis técnicos de enfermagem (18,7%), cinco assistentes administrativos (15,6%), um assistente social, uma psicóloga, um fisioterapeuta, dois dentistas (totalizando 12,4%), e 11 estagiários (34,3%). O treinamento evidenciou que a maioria dos profissionais da assistência direta à saúde já havia recebido informações prévias sobre segurança do paciente, ao passo que colaboradores administrativos relataram contato pontual com o tema. Observou-se discordância quanto à regularidade da prática de lavagem das mãos, sendo a utilização de luvas por alguns erroneamente considerada substitutiva à higienização. Houve, contudo, adesão significativa ao treinamento e reconhecimento da importância do protocolo. A análise do checklist pós-intervenção revelou maior aderência aos cinco momentos da higienização preconizados pela OMS.
Discussão e conclusãoA ação educativa promoveu não apenas atualização teórica, mas também reconfiguração das condutas cotidianas, com impacto direto na redução do risco de transmissão cruzada nos serviços. A ação educativa promoveu não apenas atualização teórica, mas também reconfiguração das condutas cotidianas, com impacto direto na redução do risco de transmissão cruzada nos serviços. A interdisciplinaridade dos participantes permitiu maior disseminação dos conhecimentos, enquanto a ênfase prática nos procedimentos reforçou a internalização dos comportamentos esperados. Diante dos resultados observados, recomenda-se a implementação sistemática de capacitações regulares, associadas a estratégias contínuas de monitoramento, avaliação e reforço educativo, garantindo, assim, a sustentabilidade das mudanças comportamentais e a proteção integral de pacientes, trabalhadores e do ambiente assistencial.
Referências:
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Manual de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos. Brasília: Anvisa; 2022.
World Health Organization (WHO). WHO Guidelines on Hand Hygiene in Health Care. Geneva: WHO; 2023.
Oliveira FT, et al. Práticas de biossegurança e adesão à higiene das mãos em unidades hospitalares. Rev Bras Enferm. 2024;77:e20230987.




