Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1986
Acesso de texto completo
INCIDÊNCIA, FATORES DE RISCO E ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DA ALOIMUNIZAÇÃO EM PACIENTES POLITRANSFUNDIDOS: REVISÃO DA LITERATURA
Visitas
86
Ns Lemelle, AL Girello, BdT Nogueira, RdS Oliveira, R Cardoso, SL Bonifácio
Byoline Educação, São Paulo, SP, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

A aloimunização é a principal complicação imuno-hematológica associada a episódios transfusionais recorrentes, representando uma condição de alta relevância clínica, pois se torna um desafio a disponibilidade de hemocomponentes fenotipados para o maior número possível de antígenos imunogênicos, a fim de minimizar o risco de formação de aloanticorpos e, assim, reduzir problemas imunológicos nas transfusões subsequentes.

Objetivos

Analisar as evidências publicadas nos últimos cinco anos sobre a incidência, e os fatores de risco e as estratégias de prevenção da aloimunização eritrocitária em pacientes politransfundidos não contemplados por protocolos transfusionais de fenotipagem de concentrados de hemácias.

Material e métodos

Revisão sistemática nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS, incluindo estudos originais (coorte, caso-controle, transversais, ensaios clínicos randomizados e retrospectivos) publicados entre janeiro de 2020 e julho de 2025, em português, inglês ou espanhol. Foram incluídos estudos com pacientes politransfundidos sem protocolos de fenotipagem, excluindo relatos de caso único, revisões narrativas, estudos sobre aloimunização plaquetária, materno-fetal ou restritos à doença falciforme. A triagem seguiu as diretrizes PRISMA 2020, em duas etapas (título/resumo e texto completo), a partir de 257 registros (PubMed: 225; SciELO: 12; Google Acadêmico: 20), resultando na inclusão de 18 estudos originais. A qualidade metodológica foi avaliada com a ferramenta ROBINS-I, classificando os estudos em baixo, moderado ou alto risco de viés.

Discussão e conclusão

Nesta revisão, foram selecionados 18 estudos originais para análise final, nos quais as taxas de aloimunização variaram entre 10% e 50%. Alguns fatores influenciadores foram identificados: número e frequência de transfusões, gravidez, imunogenicidade do antígeno, resposta imune do receptor, etnia, diferenças no padrão antigênico entre doador e receptor, incompatibilidades ABO/Rh e fenótipos eritrocitários mais raros. Os principais grupos de pacientes submetidos a transfusões contínuas que desenvolveram aloanticorpos foram: pacientes renais crônicos (8%–25%), com hemoglobinopatias (20%–50%) e onco-hematológicos (15%–45%). A prevalência dos anticorpos encontrados foi: Anti-E (25,7%), Anti-K (17,1%), Anti-c (14,2%), Anti-Fya (11,4%), Anti-Jka (8,5%), Anti-C (5,7%), Anti-s (2,8%) e outros (14,6%). Avaliação pelo ROBINS-I demonstrou baixo risco de viés em 50% dos estudos, moderado em 37,5% e alto em 12,5%. Limitações metodológicas incluíram heterogeneidade nos critérios de definição de politransfusão, viés de seleção e acompanhamento inconsistente. Os achados desta revisão sugerem, como medida preventiva à aloimunização em pacientes renais crônicos, portadores de hemoglobinopatias e onco- hematológicos, a elaboração de protocolos que incluam esses grupos de risco, contemplando-os com transfusões de concentrados de hemácias fenotipados para, ao menos, os sistemas RH e KEL, além do uso de hemocomponentes desleucocitados, a fim de reduzir o risco de imunogenicidade. São necessários mais estudos, especialmente de âmbito nacional, a fim de definir a epidemiologia regional e permitir que, futuramente, esses pacientes sejam contemplados pela legislação vigente.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas