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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 597
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INCIDÊNCIA DE ANTICORPOS IRREGULARES MATERNOS NÃO-RHD EM RECÉM-NASCIDOS E A CORRELAÇÃO COM DESENVOLVIMENTO DE DOENÇA HEMOLÍTICA – EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO EM TRÊS REGIÕES BRASILEIRAS
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L Peixoto Osorioa, M Valvasorib
a Grupo GSH, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Grupo GSH, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A Doença Hemolítica do Feto e do Recém-Nascido (DHPN) é uma condição rara causada pela passagem transplacentária de anticorpos maternos contra antígenos eritrocitários fetais, levando à hemólise e anemia fetal. Em casos graves, pode evoluir para hidropisia fetal e óbito intrauterino. A profilaxia com imunoglobulina anti-D reduziu significativamente os casos por isoimunização Rh. No entanto, anticorpos irregulares não-RhD (como anti-Kell, anti-c e anti-E) continuam sendo relevantes. Avanços laboratoriais têm permitido a detecção precoce desses anticorpos, favorecendo intervenções diagnósticas e terapêuticas mais eficazes.

Objetivos

Verificar a incidência de anticorpos maternos não RHD, nas amostras de RN com Coombs direto positivo, correlacionando com a ocorrência de DHPN e necessidade de suporte transfusional.

Material e métodos

No período de junho de 2025 a junho de 2026, nosso serviço, atuando nas regiões Nordeste, Distrito Federal e Rio de Janeiro, recebeu um total de 13.664 amostras de recém- nascidos (RN) para a realização de testes imuno-hematológicos (ABO/RH, TAD e fenotipagem RH/K. A triagem foi direcionada à identificação precoce de aloanticorpos maternos clinicamente significativos, que podem ser responsáveis pelo desenvolvimento da (DHPN), e assim avaliar a necessidade de suporte transfusional neonatal nos casos confirmados.

Discussão e conclusão

Do total 13.664 amostras, 738 (5,4%) apresentaram TAD+, sugerindo possível sensibilização eritrocitária fetal. Foi realizada pesquisa de anticorpos irregulares no soro do Eluato, dessas amostras, em 12 casos (1,6% dos TAD positivos; 0,088% do total de amostras) foram identificados aloanticorpos maternos não RhD: (Anti-c (5); Anti-Jka (2); Anti-C (2); Anti-S (2); Anti-E (1). Três recém-nascidos (25%) tiveram diagnóstico confirmado para DHPN, em dois desses casos, foi necessária transfusão de concentrado de hemácias e, em um, foi realizada exsanguíneotransfusão com reposição de sangue total. Os anticorpos envolvidos nos casos clínicos foram: anti-c (n=2) e anti-C (n=1), quanto à distribuição regional, 2 ocorreram no Rio de Janeiro e 1 no Distrito Federal. O desfecho clínico foi favorável, sem relato de óbito ou sequelas permanentes. A aloimunização por anticorpos não RhD durante a gestação é menos comum do que a isoimunização RhD, com frequência variando entre 0,15% e 1%. No presente estudo, 738 (5,4%) apresentaram TAD positivo, e 12 (1,6% dos TAD+) tinham aloanticorpos não RhD, predominando o anti-c, a taxa de aloanticorpos não RhD observada no presente estudo está alinhada com trabalhos anteriores e ressalta a importância de triagens ampliadas além do RhD. O desfecho clínico favorável em todos os casos reforça a eficácia do diagnóstico precoce, da vigilância neonatal e do suporte transfusional adequado.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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