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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S796 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
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INCIDÊNCIA DE ALOIMUNIZAÇÃO ERITROCITÁRIA EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
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FAA Almeida, VAF Oliveira, LE Apparicio, JCSG Rodrigues, CY Nakazawa, A Bousso, DN Pavão, TAO Paula
Hospital Municipal Vila Santa Catarina, Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
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HEMO 2024

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Objetivos

Este estudo tem como objetivos determinar a prevalência de aloimunização e avaliar a frequência e a diversidade dos aloanticorpos antieritrocitários presentes em pacientes oncológicos predominantemente de órgãos sólidos atendidos no Hospital Municipal Vila Santa Catarina (HMVSC).

Materiais e métodos

Este trabalho consiste em um estudo de análise retrospectiva que abrangeu todos os pacientes com Identificação de Anticorpo Irregular (IAI) positiva, excluindo anticorpos sem especificidade e autoanticorpos, atendidos pelo banco de sangue do HMVSC entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024. Os pacientes foram classificados como politransfundidos se apresentassem um total de 6 ou mais transfusões em um período de 3 meses, de acordo com o protocolo do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).

Resultados

Foram verificados um total de 5.828 pacientes atendidos em nosso serviço de hemoterapia. Destes, 70 apresentaram algum anticorpo irregular, correspondendo a uma taxa 1,20% (70/5.828) de pacientes aloimunizados. Do total de pacientes aloimunizados, 14,30% (10/70) são politransfundidos e 22,85% (16/70) apresentaram múltiplas associações de anticorpos sendo a combinação de dois anticorpos a mais comum com 75% (12/16). Dentre os 70 pacientes aloimunizados encontramos 94 anticorpos irregulares com as seguintes frequências e especificidades; 26,60% (25/94) anti-E, 12,77% (12/94) anti-D, 11,70% (11/94) anti-K, 8,51% (8/94) anti-C, 7,45% (7/94) anti-Lea, 5,32% (5/94) anti-Dia, 5,32% (5/94) anti-c, 5,32%(5/94) anti-M, 2,13%(2/94) anti-G, 2,13% (2/94) anti-S, 2,13%(2/94) anti-Jkb, 2,13%(2/94) anti-Leb, 2,13%(2/94) anti-P1, 1,06%(1/94) anti-Jka, 1,06%(1/94) anti-Lua, 1,06%(1/94) anti-s, 1,06%(1/94) anti-I, 1,06%(1/94) anti-V e 1,06%(1/94) anti-Fya.

Discussão

Na literatura, encontramos uma variedade de estudos sobre as taxas de aloimunização, que geralmente variam de 1% a 3% na população geral e de 1% a 10% em pacientes com câncer sólido não hematopoiético. O nosso estudo apresentou uma taxa próxima do limite inferior descrito pela literatura, o que acreditamos ser resultado de práticas adotadas em nosso serviço de hemoterapia, tais como: compatibilidade na fenotipagem Rh e Kell para pacientes com histórico de anticorpos irregulares e a leucorredução em todas as unidades de concentrado de hemácias e concentrado de plaquetas. Além das práticas adotadas, existem fatores intrínsecos ao paciente que podem influenciar a aloimunização, como: idade, etnia, estado imunológico (supressão ou inflamação) e resposta imunológica a antígenos não próprios. Atualmente, sabe-se que os pacientes podem ser classificados como “respondedores”ou “não respondedores”, e diversos estudos estão em andamento para identificar uma “assinatura”nos pacientes respondedores. Uma vez descoberta essa “assinatura”, será possível adotar estratégias mais eficazes na prevenção da formação de anticorpos irregulares. A maior frequência e incidência dos anticorpos irregulares, como anti-E, anti-D e anti-K, confirmam que os sistemas Rh e Kell continuam a ser os mais imunogênicos, depois do sistema ABO, na prática transfusional.

Conclusão

Com este estudo conseguimos analisar o comportamento da taxa de aloimunização eritrocitária e a prevalência dos anticorpos irregulares dos pacientes atendidos no HMVSC, os resultados evidenciam que estamos adotando os procedimentos adequados para garantir uma terapia transfusional segura e eficaz.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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