HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA segurança transfusional depende diretamente da assertividade na indicação do hemocomponente, da rastreabilidade dos dados imunológicos do paciente e da minimização de riscos associados à transfusão. No IHHS, verificou-se elevada incidência de reações febris não hemolíticas e inadequações na prescrição médica, além de alto custo operacional relacionado a procedimentos especiais com sistema aberto.
ObjetivosGarantir transfusão segura e eficiente, reduzindo custos com insumos, aumentando a assertividade na prescrição médica e elevando a rentabilidade institucional por meio da incorporação de bolsas de coleta com sistema de filtragem in line e protocolo de fenotipagem avançada.
Material e métodosA mudança envolveu substituição de bolsas tripas por bolsas quádruplas com sistema de filtragem fechado e implantação de protocolo institucional de fenotipagem para pacientes específicos. A equipe multiprofissional foi capacitada e sensibilizada; ofícios e material técnico foram enviados aos prescritores. Indicadores como tempo de atendimento, número de intervenções laboratoriais, número de fenotipagens e reações transfusionais foram monitorados de 2022 a 2023.
ResultadosA implantação resultou em 8713% de aumento nas fenotipagens (de 16 em 2019 para 2905 em 2023), redução de 40% em reações transfusionais febris não hemolíticas e 57% na prescrição inadequada. O tempo médio de atendimento às urgências caiu 2 horas nas agências. Observou-se redução de custos com insumos de R$ 41.263,00/mês, representando 26,5% de economia. A rentabilidade anual aumentou de 4% para 17%, com a fenotipagem passando a compor 5% do faturamento mensal.
Discussão e conclusãoA mudança organizacional promoveu benefícios assistenciais, operacionais e financeiros. O protocolo de fenotipagem possibilitou a criação de um banco de fenótipos, inclusive de baixa prevalência, com ações de captação orientada. A adesão institucional foi elevada, evidenciada pela queda de intervenções laboratoriais de 89% para 43%. A implementação da coleta com bolsas in line aliada ao protocolo de fenotipagem transformou a segurança transfusional no IHHS, com ganhos assistenciais expressivos e impacto direto na sustentabilidade financeira da instituição. A experiência demonstra a importância da integração entre qualidade, gestão de custos e ciência aplicada à hemoterapia.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC n° 34, de 11 de junho de 2014. Dispõe sobre as Boas Práticas no Ciclo do Sangue. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 12 jun. 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Portaria n° 158, de 4 de fevereiro de 2016. Regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos. Brasília, DF: MS, 2016. AABB – American Association of Blood Banks. Standards for Blood Banks and Transfusion Services. 33rd ed. Bethesda, MD: AABB, 2022.
WHO – World Health Organization. Screening donated blood for transfusion-transmissible infections: recommendations. Geneva: WHO, 2021.




