
Este estudo visa elucidar a relevância dos cuidados paliativos em onco-hematologia, enfatizando como essa abordagem pode contribuir para uma melhor qualidade de vida, naqueles pacientes com doenças terminais, por oferecer um tratamento personalizado, baseado no alívio de sintomas físicos, emocionais, sociais e espirituais, visando proporcionar a maior sobrevivência possível e mantendo o bem-estar durante o tempo restante.
Materiais e métodosTrata-se de uma revisão de literatura, realizada pela análise de estudos publicados entre os anos de 2020 e 2023, escritos na língua portuguesa, publicados nas bases de dados PubMed e SciELO. Os descritores utilizados na pesquisa são “Cuidados Paliativos”, “Onco-Hematologia” e “Qualidade de Vida”.
ResultadosÉ importante ressaltar que, como os cuidados paliativos têm como um de seus objetivos a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, é fundamental identificar precocemente e avaliar comportamentos que indiquem sofrimento físico e psicossocial. Diante disso, compreende-se que, mesmo com o impacto físico da doença e do tratamento, a percepção do paciente sobre sua condição pode ser positivamente influenciada por medicamentos adequados e pelo apoio de uma equipe multidisciplinar de saúde. Apesar dos desafios impostos aos pacientes na capacidade de realizar as atividades diárias devido às suas limitações físicas decorrentes da doença e do tratamento, um estudo evidenciou que a aceitação de sua condição de saúde e a busca por assistência para complementar as tarefas diárias ajudaram os pacientes a superar essas dificuldades. Assim, destaca-se que a participação da rede de apoio dos pacientes em seus cuidados, assim como dos profissionais de saúde, é fundamental para que os pacientes enfrentem essa fase terminal da vida com qualidade.
DiscussãoO tratamento de pacientes com prognóstico desfavorável em doenças onco-hematológicas visa prolongar a vida e manter a qualidade de vida desses indivíduos. Os cuidados paliativos surgem como uma abordagem prioritária, pois ajudam a minimizar os efeitos adversos de tratamentos invasivos e preservam a saúde mental, melhorando o bem-estar nos estágios finais da vida. No entanto, muitos pacientes e suas famílias optam por quimioterapia e outros tratamentos agressivos por períodos prolongados, por desconhecerem o verdadeiro prognóstico da doença. Isso é especialmente comum em pacientes onco-hematológicos, devido à evolução muitas vezes imprevisível da doença. Assim, esses pacientes são mais propensos a aceitar tratamentos tóxicos na fase terminal, mesmo que isso não melhore seu prognóstico. Esse quadro é preocupante, considerando as dificuldades enfrentadas pelos pacientes, como sintomas físicos intensos e sofrimento psicológico, exacerbados pela falta de suporte terapêutico adequado. Portanto, há uma necessidade urgente de melhorias estruturais e organizacionais para integrar os cuidados paliativos na “oncologia convencional”.
ConclusãoRessalta-se, portanto, que a integração dos cuidados paliativos no tratamento de pacientes com doenças hematológicas aprimora a qualidade de vida e os desfechos clínicos. Essa abordagem multidisciplinar e centrada no paciente, ajuda a aliviar sintomas, proporciona suporte emocional e comunicação eficaz, além de atender às necessidades físicas, psicossociais e espirituais.