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Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S994-S995 (outubro 2024)
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HEMO 2024
Páginas S994-S995 (outubro 2024)
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IMPACTO DA CRIOPRESERVAÇÃO E DO DESCONGELAMENTO NA QUALIDADE DAS CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS DE PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO
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MH Angeli, MDS Lobo, GD Salton, JM Furlan, AB Araújo, LM Rohsig
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

O transplante autólogo de Células-Tronco Hematopoéticas (CTH) faz parte da estratégia de tratamento da maior parte dos pacientes com mieloma múltiplo. A infusão das CTH pode ser realizada dias ou meses após a coleta e, nesta situação, faz-se necessária a criopreservação das células a fim de manter sua viabilidade. Durante a criopreservação e o descongelamento, a morte celular pode estar associada ao impacto da variação de temperatura durante todo o processo e ao armazenamento a longo prazo em baixas temperaturas.

Objetivo

Avaliar o impacto da criopreservação e do descongelamento na qualidade das CTH criopreservadas de pacientes com mieloma múltiplo.

Metodologia

Foram analisadas 69 coletas de CTH por aférese de pacientes com mieloma múltiplo realizadas entre 2020 a 2024, criopreservadas em solução contendo hidroxietilamido 6%, albumina humana 3% e dimetilsulfóxido 5%, armazenadas em freezer mecânico a -80°C e infundidas entre 2021 e 2024. Os parâmetros avaliados comparando os dados pré e pós criopreservação foram: tempo entre a data da coleta e a data da infusão das CTH, recuperação de células nucleadas totais, recuperação de células CD34+ viáveis e perda de viabilidade celular por 7AAD. As quantificações celulares foram realizadas em contador hematológico e citômetro de fluxo. O descongelamento foi realizado a 37°C em banho-maria. Os critério utilizados para considerar as CTH com qualidade adequada foram: média da recuperação de Células Nucleadas Totais (CNT) ≥70%, média da recuperação de células CD34+ ≥60%, média da perda de viabilidade celular por 7AAD ≤30%. O tempo de armazenamento (em dias) das CTH foi apresentado como média (mínimo-máximo) e os demais resultados como média ± desvio padrão.

Resultados

O tempo médio de armazenamento das CTH foi de 121 dias (5‒331). A comparação entre os dados pré e pós-criopreservação resultou nos seguintes valores médios: recuperação de CNT: 94,05±8,8%; recuperação de células CD34+: 69,3±25,1% e perda de viabilidade celular por 7AAD: 16,9±8,8%.

Discussão

A perda de células e de viabilidade são parâmetros importantes a serem considerados quando é realizado o processo de criopreservação, e vários fatores podem influenciá-los, como a centrifugação, as condições e o tempo de armazenamento e o descongelamento do produto. A quantificação de células CD34+ é o principal indicador da qualidade das CTH para transplante; dessa forma, torna-se muito importante manter a quantidade e a viabilidade dessas células durante a criopreservação para garantir a enxertia. Os resultados encontrados demonstram que a contagem de CNT é pouco afetada pela criopreservação e pelo descongelamento, enquanto a quantificação de células CD34+ sofre maior impacto com esse processo, assim como a viabilidade celular por 7AAD. Apesar de haver perda de células e de viabilidade, CTH criopreservadas a -80°C apresentam qualidade adequada para o transplante, segundo os critérios estabelecidos.

Conclusão

A criopreservação e o descongelamento das CTH coletadas por aférese de pacientes com mieloma múltiplo, considerando os parâmetros avaliados, não afeta de modo significativo a qualidade celular, permitindo sua utilização no transplante de CTH autólogo, mesmo após períodos prolongados de armazenamento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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