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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S523 (Outubro 2021)
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IMPACTO DA COVID-19 NA REDE HEMOTERÁPICA: EXPERIÊNCIA DA FUNDAÇÃO HEMOMINAS
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NNS Magalhãesa, MCF Silva-Maltab, DG Chavesb, MA Ribeirob, JGM Cioffib, ML Martinsb, ADC Gusmãoa, DOW Rodriguesc
a Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (FCMS/JF - SUPREMA), Liga Acadêmica de Hematologia (HEMOLIGA – JF), Juiz de Fora, MG, Brasil
b Fundação Hemominas, Belo Horizonte, MG, Brasil
c Fundação Hemominas, Juiz de Fora, MG, Brasil
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Vol. 43. Núm S1
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Objetivos

Verificar o impacto da pandemia da doença causada pelo SARS-CoV-2, também conhecida como COVID-19, no comparecimento de doadores de sangue e na coleta de sangue na Fundação Hemominas (FH).

Métodos

Foi realizado um estudo transversal no período de janeiro a junho de 2020. Os dados obtidos foram comparados a uma série histórica de 2016 a 2019. As variáveis analisadas foram:  número de comparecimento total de doadores e número de coletas de sangue.

Resultados

A análise evidenciou redução no número de candidatos a doação de sangue, nas coletas de sangue e na produção de hemocomponentes na FH a partir de março de 2020, mês em que foi notificado o primeiro caso de COVID-19 em Minas Gerais. Os resultados mostraram que as unidades integrantes da rede FH foram afetados de forma distinta pela pandemia. Houve redução média geral em torno de 17% no comparecimento de doadores de sangue e na coleta de hemocomponentes no período de março a junho. Dados globais apontaram abril como mês de maior redução na quantidade de doadores e de coletas com quedas de 9,11% e 19,22%, respectivamente, em comparação ao mesmo período da série histórica 2016-2019. Nos meses de maio e junho observou-se ligeira recuperação desses parâmetros, o que refletiu na maior produção de hemocomponentes. A taxa de retorno dos doadores de sangue aumentou em todos os meses analisados em 2020 quando comparada às médias dos anos anteriores.

Discussão

A manutenção da produção de hemocomponentes durante a pandemia de COVID-19 tem sido um desafio em diferentes lugares do mundo, como Itália, Irã, China, Estados Unidos e Brasil, que, no primeiro semestre de 2020, se tornou o segundo país com o maior número de casos relatados de COVID-19. No presente estudo, o único indicador que apresentou aumento para todos os meses de 2020 em relação à média dos anos anteriores foi a taxa de retorno de doadores de sangue, causado pela adoção de medidas de recrutamento ativo de doadores de repetição. A FH implantou um plano de contingência (funcionamento em horários alternativos; envio de mensagens para confirmação de comparecimento; aumento do recrutamento hospitalar; campanhas nas mídias alertando sobre a queda nos estoques e reforçando a seguridade dos locais de doação) que permitiu melhorar a gestão hemoterápica. Medidas semelhantes foram usadas pelo Hemocentro de Campinas, São Paulo, resultando em um aumento médio de 14% no número de doações semanais em relação ao período pré-pandêmico. A queda nas doações de sangue não implicou indisponibilidade de sangue devido ao adiamento de cirurgias eletivas, monitoramento de estoques e efetividade no uso de hemocomponentes. O número de transfusões executadas em 2020 foi menor em relação à série histórica em todos os meses avaliados, com a maior queda ocorrendo em maio (23,8%).

Conclusão

A redução da doação de sangue durante o período pandêmico foi significativa, apesar das medidas adotadas. O recrutamento de doadores de retorno foi uma medida importante a para diminuir o efeito da pandemia nos estoques de sangue. As pandemias emergentes são um desafio para os Hemocentros, que devem estar aptos para adotar medidas emergenciais que mitiguem o impacto no comparecimento de doadores e na produção de hemocomponentes. A atuação em rede de unidades cooperativas é uma estratégia dos Hemocentros para superar esses desafios.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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