
Este estudo tem como objetivo identificar os portadores assintomáticos de traço falciforme (hemoglobina S) em doares de sangue no Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose).
Material e método: Trata-se de um estudo de análise descritiva e quantitativa a partir da coleta de dados disponíveis no sistema de gerenciamento do Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose), no ano de 2020. Os dados obtidos foram trabalhados utilizando Microsoft 365, versão 2012 para planilhamento e análise de frequências absoluta e relativa.
ResultadosFoi pesquisado um total de 14.304 doadores, aonde 451 (3%) desses doadores apresentaram hemoglobina S positiva através do teste de solubilidade de hemoglobina. Em relação ao gênero, o total de doadores do sexo feminino foi de 5.321, correspondendo a 35% dos indivíduos do sexo feminino mostraram positividade para a HbS, enquanto que 65% dos indivíduos do sexo masculino mostraram positividade HbS. Quanto à idade, a maior prevalência de exames positivos para HbS dentre indivíduos do sexo feminino situou-se entre as idades de 17 a 40 anos. No gênero masculino, esta maior prevalência foi encontrada em idades de 20 a 40 anos. Quanto ao indicador etnia, observou-se os seguintes resultados dos grupos de doadores: amarelo 101 doadores, sendo 2 (1,98%) positivo para HbS, caucasiano 2.701 doadores, sendo 70 (2,59%) positivo para HbS, caucasiano brasileiro 1.109 doadores, sendo 23 (2,07%) positivo para HbS, índio 119 doadores, sendo 4 (3,36%) positivo pra HbS, mestiço 8.902 doadores, sendo 290 (3,25%) positivo para HbS e negro 1.372 doadores, sendo 62 (4,51%) positivo para HbS, por fim, analisando que o grupo de negros possui uma porcentagem maior de positividade para HbS.
DiscussãoNo Brasil, há muitos indivíduos com heterogeneidade étnica e, com isso, a predominância do traço falciforme e da anemia falciforme. Assim, a chance de se deparar com um receptor de sangue com essa característica é alta, o que minimizaria a eficácia da transfusão caso este indivíduo receba concentrado de hemácias provenientes de algum doador positivo para a presença de HbS. Portanto, com a investigação de hemoglobinas variantes nos doadores, o receptor será resguardado ao recebimento de hemácias anormais que podem tornar a transfusão ineficaz.
ConclusãoConclui- se que é de fundamental importância a prática de pesquisa do traço falciforme em doadores de sangue, para uma melhor qualidade do sangue a ser transfundido.