O vegetarianismo é uma prática extremamente antiga, entretanto, atualmente vem ganhando cada vez mais adeptos, formando 30 milhões de vegetarianos no Brasil. Essa dieta já foi muito associada a deficiências nutricionais, que levam ao desenvolvimento de anemias, por exemplo. Porém, por outro lado, com a popularização do vegetarianismo, também surgiram muitas pesquisas em relação a essa prática, mostrando que pode estar ligada a hábitos saudáveis no geral, visto que os vegetarianos ingerem menos colesterol e gordura e mais frutas e verduras.

Identificar os hábitos de vida, cuidados com a dieta e possíveis anemias em estudantes de medicina que optam pelo vegetarianismo.

Foi realizado um estudo transversal com abordagem quantitativa com alunos do primeiro ao sexto ano da Faculdade de Medicina de Jundiaí. O convite foi enviado nos grupos de Whatsapp da faculdade, quando foi informado ao possível participante o link para o questionário que será utilizado para coletar os dados, preparado na plataforma Google Forms. Foram feitas análises das variáveis que consistem em perguntas relacionadas às anemias carenciais, tabagismo, prática de esporte, ingestão de álcool, tipo de vegetarianismo, acompanhamento médico, entre outras.

A amostra foi facilmente alcançada demonstrando interesse sobre o assunto pelos estudantes e 100% dos participantes já haviam realizado hemograma após a adesão da dieta, passando confiabilidade nos resultados. Dentre eles, obtivemos que 12% dos vegetarianos iniciaram a prática por conta própria, entretanto agora 50% fazem acompanhamento médico, mostrando que a preocupação com a saúde é crescente neste grupo. Em relação a suplementação, 63% dos estudantes suplementam vitamina B12, 46% ferro e 17% ácido fólico, todas essas porcentagens são superiores aos que foram identificados com a deficiência, comprovando que a prevenção é eficaz. Especificamente sobre a anemia, somente 27% dos vegetarianos foram diagnosticados e quando questionados sobre os sinais e sintomas desse quadro, os resultados também foram positivos, afastando o problema. Sobre o estilo de vida, 80% dos participantes exercem atividade física regularmente, 78% têm contato com a natureza, 46% ingerem bebida alcoólica regularmente, 15% fumam e 22% fazem uso de algum tipo de droga.

Diante da amplitude do questionário respondido pelos participantes e das várias informações a partir dele conseguidas, o estudo demonstrou que os adeptos do vegetarianismo quando comparados com a população em geral, não apresentam maior taxa de anemias e outras carências nutricionais. Ademais, os vegetarianos demonstraram alto cuidado com a dieta e associação com um estilo de vida mais saudável.

Os estudantes de medicina que optam pelo vegetarianismo comprovaram que essa prática não deve ser mais associada a nenhuma deficiência, haja vista que, com acompanhamento médico e suplementações se necessário, conseguem aderir a essa dieta com saúde, inclusive sendo adeptos a hábitos saudáveis que vão além da alimentação, como prática de exercício físico e contato com a natureza.