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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S379 (Outubro 2022)
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HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS NO CONTEXTO DA DOAÇÃO DE SANGUE
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ABR Oliveiraa, KB Fonsecab, DP Coelhob, CM Costab, TRA Eleuterioc, SV Baiãob, BSD Santosb, KP Roriza, LS Ferreiraa, FMGC Bandeiraa
a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCM/UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
c Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FENF/UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
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Vol. 44. Núm S2
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Objetivos

Descrever o perfil de candidatos homens que fazem sexo com homens (HSH) à doação de sangue no serviço de hemoterapia do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (HUPE/UERJ).

Material e métodos

Estudo transversal longitudinal descritivo, com amostra de conveniência e aplicação de questionário e entrevista. Foram analisados o perfil demográfico, epidemiológico e sorológico, o comportamento sexual, o hábito de doação de sangue, as causas de inaptidão clínica e sorológica. Foram obtidas as frequências simples das variáveis, que foram comparadas com dados secundários de doadores de sangue, em período posterior à publicação da RDC 399/2020. As metas previstas pela Hemorrede do estado do Rio de Janeiro, serviram como parâmetros de comparação entre os períodos e grupos. Aprovação CEP de N 4.568.857.

Resultados

Estudo realizado com 44 voluntários identificados como HSH. A amostra é composta por (31) 70,5% jovens entre 18 a 29 anos. Preta e parda foi a cor autodeclarada por (25) 56,8%. Os solteiros compreendem (37) 84,1% e quanto à escolaridade, (17) 38,6% têm nível superior incompleto e (16) 36,4% superior completo. Quanto a orientação sexual, (35) 79,5% se declararam homossexual, e 90,9% se considera do gênero cis. Parceria única foi declarada por (23) 52,3%. O uso de preservativo foi declarado por (30) 68,2%. Nos últimos 12 meses, (24) 54,5% realizaram até 2 testes rápidos para infecções sexualmente transmissíveis (IST). Até o momento da entrevista, (16) 36,4% não haviam realizado nenhuma doação e 27,3% realizaram 4 ou mais. Doações espontâneas representaram (34) 77,3%. Mesmo antes da resolução n°399/2020, (15) 34,1% já doavam sangue. Em relação a aptidão pela triagem clínica, 88,6% foram considerados aptos. Na sorologia 79,5% (35) foram não reagentes, 9,1% (4) reagentes e em 11,4% (5) os dados não estavam disponíveis, pois houve problema ou desistência de coleta. Das sorologias reagentes, (3) 75% foi reagente para sífilis e (1) 25% para HBV.

Discussão

Chama atenção o perfil de jovens e de estudantes nesta amostra. Observou-se redução de 68,8% (11) nas causas de inaptidão de triagem clínica por comportamento de risco, e na triagem sorológica por sífilis e hepatite B em 40% (159) e 80% (4), respectivamente, nos voluntários da pesquisa, quando comparados aos doadores do banco de sangue, no período de mar/2021 a jun/2022. Considerando os indicadores da hemorrede do Rio de Janeiro em 2021, o perfil de entrevistados está dentro da meta de < 18% para inaptos pela triagem clínica. A inaptidão sorológica, encontra-se acima da meta de < 4%, com a reatividade para sífilis acima do esperado. Não foi observado aumento de sorologias reagentes com a inclusão de doadores HSH nesta amostra, porém é necessária um número maior de voluntários para termos subsídios para avaliar os riscos para IST via transfusão.

Conclusão

Apesar do número ainda pequeno de voluntários, não parece haver risco acrescido para IST entre esse grupo de doadores de sangue. Sífilis é um problema de saúde pública e requer medidas e políticas de saúde para seu enfrentamento. As condições básicas para a doação de sangue e orientações sobre comportamentos vulneráveis, precisam ser comunicados e esclarecidos à população candidata à doação de sangue, independente de sua orientação sexual. Faz-se necessário manter acompanhamento e aumentar o número de indivíduos no estudo.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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