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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S45-S46 (Outubro 2021)
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HISTOPLASMOSE DISSEMINADA: ACHADOS MORFOLÓGICOS EM SANGUE PERIFÉRICO, RELATO DE UM CASO
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1559
CSD Santos, JRDN Pessoa, KS Santana, SC Mourad, JC Belingieri, AF Sandes, CDS Lazari, MV Gonçalves
Grupo Fleury, São Paulo, SP, Brasil
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Objetivo

Relatar os achados morfológicos de infecção disseminada por Histoplasma capsulatum encontrados em sangue periférico de paciente imunossuprimido.

Relato

Paciente do sexo masculino, 51 anos, transplantado renal há 20 anos, doador vivo aparentado. Dá entrada em um Pronto Socorro da cidade de São Paulo relatando febre não aferida e calafrios há uma semana, associado a quadro de tosse e prurido. Exame para detecção do novo coronavírus há três dias, negativo. Por se tratar de paciente transplantado renal é internado em isolamento e evoluiu com sepse e IRA (Injúria Renal Aguda), secundárias a possível processo infeccioso e com hipercalemia, acidose metabólica e úlceras duodenais hemorrágicas. Os exames laboratoriais mostraram: PCR = 37 mg/dL, Creatinina = 4,16 mg/dL, Leucócitos = 3.150/mm3, Neutrófilos = 2.390/mm3. TC de tórax demonstra consolidação localizada em LSD e LMD com formato de árvore em brotamento. Foi descartada a hipótese de pneumonia bacteriana e levantada a suspeita de infecção fúngica ou por micobactéria pulmonar. Evoluiu com piora do estado geral, impossibilitando a realização de broncoscopia para biopsia e/ou lavado. Os testes sorológicos foram negativos para: antígeno de Cryptococcus neoformans, IgM e IgG para Mycoplasma pneumoniae, anticorpos totais para Paracoccidioidomicose e Histoplasmose, mas positivos para antígeno de Aspergillus. Ao longo da evolução, a análise morfológica da série branca do hemograma demonstrou a presença de inclusões citoplasmáticas em neutrófilos compatíveis com possível fungo encapsulado, provavelmente Histoplasma. As mesmas formas foram observadas em raros monócitos e livres em meio às plaquetas. Apesar da imediata instituição do tratamento, o paciente teve evolução desfavorável.

Conclusão

A histoplasmose se mostrou uma doença com capacidade de disseminação até em paciente com níveis baixos de imunossupressão, como neste caso relatado, após 20 anos de transplante. A análise morfológica ganhou papel de destaque no diagnóstico, geralmente realizado por outras metodologias específicas, nesse caso impossibilitadas pelas condições clínicas do paciente. Foi o hemograma o primeiro exame que conseguiu apresentar dados conclusivos da infecção por histoplasma, podendo auxiliar a equipe médica a tomar condutas direcionadas para o tratamento. O resultado positivo de Aspergillus do paciente sofreu provável reação cruzada com Histoplasma devido a limitações técnicas do método. O papel do morfologista se mostrou crucial nesse caso, demonstrando a importância de manter equipes bem treinadas e preparadas para atuar em casos raros e difíceis. Sendo assim, esse trabalho traz imagens de achados que poderão auxiliar outros morfologistas na identificação do patógeno em suas rotinas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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