HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA descoberta do sistema ABO, que ocorreu em 1900, permitiu a compreensão para o desenvolvimento das práticas transfusionais seguras. A transfusão sem compatibilidade ABO, leva a uma reação hemolítica intravascular, que consiste em uma reação transfusional aguda grave, que pode levar a morte. Os anticorpos contra os antígenos A e/ou B estão presentes de acordo com a sua presença nas hemácias. Há casos de reações hemolíticas por plasma incompatível na literatura, porém há pequena quantidade de estudos sobre as hemolisinas anti-A e anti-B e a real importância desses anticorpos na prática transfusional. A Portaria de Consolidação n° 5/2017 do MS, anexo IV, recomenda a realização do teste de hemolisinas para transfusões de plaquetas não isogrupo utilizando um método qualitativo com incubação a 37°C. Componentes sanguíneos com resultados de hemólise total ou parcial devem ser evitados em transfusões não isogrupo.
ObjetivosVerificar a titulação e a freqüência de hemolisinas Anti-A e Anti-B em plaquetas coletadas por aférese, de doadores do grupo O no BSST.
Material e métodosForam avaliadas 139 eventos de doações de plaquetas por aférese em doadores do grupo O. A titulação e a presença da Anti-hemolisina A e B foram coletados através do sistema Real Blood, que é o utilizado no BSST.
Discussão e conclusãoPessoas pertencentes ao grupo O apresentam de forma natural a presença de anticorpos anti-A, anti-B em seu soro/plasma. A doação de plaqueta por aférese, prática essencial para ajustes dos estoques, geram a produção de hemocomponente com grande quantidade de plasma, sendo assim uma preocupação para transfusões não-isogrupo, mesmo em doadores não considerados como “ O perigoso” (superior a 1/100). Assim, a rotina criada dentro da prática do GSH, que define que a presença de titulação acima de 1/64 dever ter o grupo sanguíneo respeitado na transfusão demonstra ser adequada pois apenas 33,8% apresentavam titulação abaixo desse corte, e poderia levar a reação transfusional e exclusão desses doadores para aférese de plaquetas, que é fundamental para os estoques. A nossa incidência de titulação alta foi maior que a encontrada na literatura. A titulação acima de 1/100 define o doador "O" como perigoso. Dessa forma, entendemos que a rotina estabelecida pelo GSH, assim como o teste que vem sido utilizado se encontra suficiente para detecção de títulos altos que poderiam gerar risco de reação transfusional em casos de transfusões em receptores pertencentes a outros grupos sanguíneos. Não tivemos nenhuma ocorrência de reação nas transfusões não-isogrupo.
Referênciashttps://doi.org/10.1590/S1516-84842004000100006- Anti-A and anti-B hemolysin frequencies in blood donors from the Hemotherapy Center of Unesp, Botucatu.




