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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S912-S913 (outubro 2024)
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HEMO 2024
Páginas S912-S913 (outubro 2024)
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FREQUÊNCIA DE ANTICORPOS IRREGULARES EM UMA AGÊNCIA TRANSFUSIONAL DO EXTREMO NORTE DO BRASIL
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IYS Caitanoa, LCA Holandab, VBSC Sampaiob, WF Lotasa, VS Paulac,d, IG Fortesb,c,d
a Claretiano - Pólo Boa Vista, Boa Vista, RR, Brasil
b Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, Boa Vista, RR, Brasil
c Laboratório de Virologia e Parasitologia Molecular, Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
d Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

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Introdução

A identificação de anticorpos irregulares é fundamental para a segurança transfusional, prevenindo reações adversas e aloimunização em pacientes que recebem transfusões de sangue.

Objetivo

Descrever os principais anticorpos irregulares (PAI) encontrados no ano de 2023 na agência do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, em Boa Vista - Roraima, extremo norte do Brasil.

Materiais e métodos

Estudo retrospectivo, descritivo. Foi realizado levantamento dos exames de PAI positivos do ano de 2023 na agência transfusional. Verificou-se a especificidade de anticorpo, sexo, grupo sanguíneo dos pacientes e hospital de origem. As informações foram tratadas em planilhas do programa Microsoft Office Excel 2016 para análise de frequência. Os exames foram realizados pela técnica Gel centrifugação, BioRad, de acordo com as instruções do fabricante utilizando um kit de painel de hemácias.

Resultados

No período de 2023, foram realizados 3286 testes de PAI. Destes, 22 amostras (0,67%) foram positivas. A detecção de anticorpos irregulares revelou a maior prevalência de Anti-D em 3 pacientes (13,6%), Anti-K em 2 pacientes (9,1%) e Anti-E, Anti-Jsb, Anti-Fya, Anti-Fyb, Anti-Lea e Anti-M, cada um encontrado em 1 paciente (4,5%). A distribuição dos tipos sanguíneos foi: O+ com 15 pacientes (68,2%), O- com 3 pacientes (13,6%), A+ com 2 pacientes (9,1%), A- com 1 paciente (4,5%) e B+ com 1 paciente (4,5%). Além disso, houve 3 testes não realizados (13,6%) devido à ausência de kit para identificação, e 8 resultados inconclusivos (36,4%) devido ao ensaio de autocontrole e/ou Coombs direto com reação positiva, o que dificulta a identificação do anticorpo. A distribuição por sexo mostrou uma predominância de mulheres, com 16 pacientes (72,7%), enquanto 6 pacientes eram homens (27,3%). Cerca de 12 (54%) testes eram provenientes de pacientes internados de hospitais externos que a agência transfusional dá suporte (03 privados e 01 hospital Estadual) e 10 (45%) exames correspondiam a solicitações internas.

Discussão

A prevalência dos aloanticorpos e a especificação de cada em receptores de sangue faz-se necessário para a proteção do receptor em minimizar possíveis reações transfusionais, visto que os anticorpos identificados possuem importância clínica transfusional e obstétrica. Detecção de Anti-D como o anticorpo mais frequente é consistente com outros estudos, ressaltando a importância da triagem para este anticorpo. A presença de outros anticorpos, embora menos frequente, também indica a necessidade de uma vigilância abrangente. A taxa de resultados inconclusivos e testes não realizados destaca desafios operacionais. A predominância do grupo O + reflete a distribuição geral da população.

Conclusão

O estudo reforça a importância da triagem de anticorpos irregulares para a segurança transfusional. A prevalência de anticorpos como Anti-D e Anti-K sublinha a necessidade de vigilância contínua. A identificação de anticorpos irregulares possibilita uma transfusão segura em situações de urgência, visto a possibilidade de escolha de hemocomponente com antígenos correspondentes negativos. Os resultados inconclusivos sugerem a possibilidade da investigação por outros painéis de hemácias ou outras técnicas imunohematológicas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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