
O tratamento medicamentoso é amplamente difundido em nossa sociedade, podendo acarretar interações medicamentosas (IM), o qual está diretamente relacionada a quantidade de medicamentos prescritos a um paciente, em um mesmo momento. Os eventos de IM ocorrem quando a resposta clínica ou farmacológica de um medicamento sofre interferência da ação de outra substância - seja ela química, medicamentosa ou até mesmo alimentar. Pacientes que sofrem com doenças crônicas, como na Doença Falciforme (DF), geralmente fazem uso de uma ampla gama de medicações aumentando assim o risco do aparecimento de IM. A falta de conhecimento sobre esses eventos pode diminuir a eficácia terapêutica, assim como gerar toxicidade e afetar outros sistemas, levando a diminuição da qualidade de vida e repercussões econômicas importantes para o Sistema de Saúde. Atualmente, a literatura apresenta investigações sobre esses eventos em ambientes hospitalares no Brasil, mas poucos trabalhos abordam a questão da IM na atenção primária à saúde. O atual estudo tem como objetivo desenvolver plataformas digitais que possam prever possíveis interações medicamentosas (IM) nas intervenções terapêuticas de pessoas com Doença Falciforme. Os medicamentos avaliados pertencem a relação de medicamentos essenciais (RENAME), publicada em 2020, a qual é utilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com o foco na terapia primária para tratamento de pacientes com Doença Falciforme e suas possíveis comorbidades. Foram avaliadas sete classes de medicamentos, sendo elas: Anti-hipertensivos (30), hipoglicemiantes (22), antipsicóticos (29), diuréticos (26), antimicrobianos (30), anti-inflamatórios não esteroidais (26), medicamentos para doença falciforme (6); totalizando mais de 150 fármacos. As possibilidades de IM foram analisadas sobre o metabolismo das enzimas CYP3A4, através da ferramenta do Drugbank, tendo os achados confirmados pela literatura (Scielo, Pubmed e Scopus). Os resultados deste estudo demonstram diversas de interações medicamentosas gerando um volume importante de dados que estão sendo organizados em ferramentas digitais, tais como: aplicativos e plataforma para consulta pelos profissionais prescritores que atendem pacientes com Doença Falciforme. Ampliando assim o conhecimento sobre essa área, melhorando a qualidade de vida, além da possibilidade de poupar recursos do SUS com possíveis consequências oriundas das IM. O atual trabalho prevê a ampliação dos estudos para o cuidado de outras patologias.