HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO transplante autólogo de células hematopoiéticas é um tratamento de alta complexidade que exige uma jornada cuidadosamente coordenada, estando sujeito a atrasos, falhas de comunicação e insegurança para o paciente. Diante desse cenário, foi estruturado o Fast Transplante de Células Hematopoiéticas, com foco em navegação ativa, acompanhamento contínuo e pré-organização dos fluxos assistenciais para procedimentos sem criopreservação celular.
ObjetivosImplantar um fluxo estruturado de navegação e acompanhamento para pacientes submetidos ao transplante autólogo de células hematopoiéticas, com foco em segurança, agilidade e efetividade dos resultados assistenciais.
Material e métodosEstudo descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa, realizado em um serviço privado de oncologia no interior do estado de São Paulo. O modelo contempla etapas claramente definidas: indicação do transplante; negociação com a operadora e autorização (por pacote ou fee-for-service); consulta com equipe multiprofissional; e construção de cronograma integrado com o banco de sangue e cirurgião vascular. Foi criado um canal de comunicação em grupo para acompanhamento longitudinal, além de checklists operacionais e estruturação de indicadores. Os dados foram coletados por meio de prontuário eletrônico e entrevistas com pacientes e equipe multiprofissional.
ResultadosApós a implementação do modelo, observou-se redução do tempo médio de internação de 35 para 23 dias. Todos os pacientes realizaram o procedimento dentro do prazo estipulado. A média de tempo para pega medular foi de 12 dias. A taxa de internação em unidade de terapia intensiva foi de 13%, e a taxa de óbitos também de 13%, sendo 8% decorrentes de recidiva da doença.
Discussão e conclusãoO modelo Fast Transplante de Células Hematopoiéticas demonstrou efetividade na coordenação do cuidado em transplantes autólogos, com ganhos em tempo, segurança assistencial e experiência do paciente. A navegação ativa e a padronização dos fluxos fortaleceram o trabalho multiprofissional e contribuíram para a sustentabilidade do serviço. O encurtamento do tempo entre a indicação do transplante e sua realização, associado à redução da média de permanência hospitalar, reflete não apenas maior eficiência operacional, mas também ganho em segurança clínica. A iniciativa apresenta potencial de replicação em outros contextos de alta complexidade, com as devidas adaptações locais.




