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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3414
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EXPERIÊNCIA INICIAL COM O PROTOCOLO HD21 (BRECADD) NO TRATAMENTO DO LINFOMA DE HODGKIN: DADOS DE VIDA REAL DE TRÊS CENTROS DE REFERÊNCIA BRASILEIROS
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GA Peruzinia, JA Balthazara, MdL Garciaa, BA Souzaa, BB Cala, NM Santanaa, LM Brandãoa, R Dalfeorb, TTM Mourac, AGO Bragaa, H Villeforta, VdA Bovolentaa, T Fischera, J Schimdta, TMB Silveiraa
a A.C.Camargo Câncer Center, São Paulo, SP, Brasil
b Centro de Tratamento Oncológico (CENTRON), DASA, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c Hospital Cliom, Maceió, AL, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O Linfoma de Hodgkin Clássico (LHc) possui elevado potencial curativo desde a incorporação do esquema ABVD (doxorrubicina, bleomicina, vincristina e dexametasona). Novas terapias vêm sendo estudados a fim de melhorar a eficácia e reduzir toxicidade. O estudo HD21 avaliou a inclusão do agente anti- CD30, Brentuximabe-vedotin (Bv), em substituição a agentes de toxicidade conhecida (bleomicina e vincristina). O protocolo BrECADD (Bv, etoposídeo, ciclofosfamida, doxorrubicina, dacarbazina e dexametasona) foi comparado ao BEACOPP (bleomicina, etoposídeo, doxorrubicina, ciclofosfamida, vincristina, procarbazina e prednisona), evidenciando sobrevida livre de progressão em 4 anos de 94,3% vs 90,9% e sobrevida global de 98,6% vs 98,2%, respectivamente. Os principais eventos adversos (EA) do tratamento incluem anemia, plaquetopenia, neutropenia e neuropatia periférica, com necessidade de redução de dose em 34% no BEACOPP e 21% no BrECADD. Logo, houve ganho de eficácia terapêutica e melhor tolerabilidade com o BrECADD.

Objetivos

Este trabalho objetiva apresentar dados da introdução do BrECADD para LH avançado em centros de referência brasileiros.

Material e métodos

Foram incluídos 12 pacientes com LHc tratados com BrECADD entre julho de 2024 e maio de 2025 em três centros de referência do Brasil, localizados em São Paulo-SP (9), Rio de Janeiro-RJ (3) e Maceió-AL (1). Foi realizada análise retrospectiva de dados clínicos e laboratoriais por meio de revisão de prontuário.

Resultados

Nesta coorte, a mediana de idade é de 32 anos (25-44), sendo 8 do sexo feminino e 4 do masculino. Todos os pacientes apresentavam funcionalidade preservada (ECOG 0). Sete pacientes (58%) se encontravam no estádio IV de Ann Arbor. O Escore Prognóstico Internacional variou entre 1-4, com mediana de 2, sendo 83,4% entre 0-2 e 16,6% maiores ou iguais a 3. Cinco pacientes apresentaram neutropenia febril (NF), a maioria ocorrendo no 2º ciclo. Nenhum caso de neuropatia periférica foi observado. Quanto às toxicidades hematológicas, 6 pacientes apresentaram anemia e 8 desenvolveram plaquetopenia, sendo que a maioria foi de graus 1 ou 2 (4 das anemias e 4 das plaquetopenias), com maior frequência no 3º ciclo, quando 5 pacientes apresentaram anemia e plaquetopenia. Houve apenas um registro de plaquetopenia grau 4; não houve anemia grau 4. Um paciente apresentou toxicidade grave (anemia grau 3 e plaquetopenia grau 4) ao longo dos 4 ciclos. Dois pacientes necessitaram de ajuste na dose do esquema. Não houve necessidade de atrasos nos ciclos em nenhum pacientes. Embora 3 dos 12 pacientes ainda se encontrem em tratamento, todos os demais apresentaram resposta completa (RC) ao final do tratamento. Um dos pacientes recebeu o HD21 após refratariedade ao ABVD, obtendo resultados igualmente satisfatórios.

Discussão e conclusão

Apesar do tamanho limitado, os dados preliminares desta coorte de vida real sugerem que o BrECADD apresenta boa tolerabilidade, com baixa incidência de NF, citopenias graves e ausência da necessidade de suspensão do protocolo. A necessidade de ajuste de dose se assemelhou ao apresentado no HD21. Embora 66,7% dos pacientes tenham apresentado EA hematológicos, estes não se refletiram em necessidade de ajuste de dose ou interrupção do esquema. Logo, a baixa toxicidade observada com o BrECADD, somada a alta taxa de RC, reforça o seu potencial como opção promissora no manejo do LH avançado. Além disso, trabalhos mostraram ganho em taxa de fertilidade com o BrECADD em relação ao BEACOPP, assim como maior segurança na população geriátrica.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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