
Analisar a evolução do padrão transfusional em pacientes oncológicos ambulatoriais no Hospital Universitário Pedro Ernesto, entre 2017 e 2022.
MétodoEste estudo faz parte do projeto de extensão “Educação permanente para uma transfusão segura – aprendendo a cuidar melhor do doador ao receptor” que tem comopremissa, difundir conhecimento e seus impactos em relação a necessidade transfusional na população do HUPE, pensando em estratégias educacionais em relação à medicina transfusional. Foram coletados dados transfusionais oriundos do sistema informatizado deHemoterapia, HEMOTE PLUS®, de janeiro de 2017 a dezembro de 2022 em relação a quantidade de Concentrado de Hemácias (CH) transfundidas em pacientes oncológicos ambulatoriais, no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), excluindo-se os pacientes oncohematológicos. Foi feita análise evolutiva transfusional ao longo do tempo a fim de seobter uma possível curva de tendência para o futuro.
ResultadosDe janeiro de 2017 a dezembro de 2022 foram realizadas 182 transfusões de concentrados de hemácias em pacientes oncológicos ambulatoriais, sendo observado aumento progressivo ao longo dos anos. Em 2017–2 bolsas, 2018–5 bolsas, 2019–29 bolsas, 2020–31 bolsas e em 2021–46 bolsas, 2022–69 bolsas. Pela análise de tendência polinomial de ordem 2, estima-se previsão de uso de 85 CH em 2023, 107 em 2024 e 135 em 2025, portanto previsão de aumento de consumo nos próximos dois anos.
DiscussãoA oncologia é uma área da ciência médica que tem no envelhecimento populacional e nos fatores de impacto evolutivo ambiental muitos desafios. Os anos analisados neste estudo, foram anos difíceis no estado do Rio de Janeiro devido à crise fiscal por que passou o estado, como a pandemia de COVID-19. Com base nesses resultados, é possível observar que ocorreu uma evolução da demanda transfusional dos pacientes oncológicos do HUPE. Tal situação pode estar atrelada não só ao aumento do envelhecimento populacional, mas também a uma mudança de perfil de acolhimento de pacientes com câncer no HUPE que parece estar absorvendo mais pacientes oncológicos conforme mostra o olhar da medicina transfusional. Este fato pode ser justificado pois é nítido o aumento da demanda de leito e vagas para pacientes oncológicos no Sistema de Regulação (SISREG) no estado do Rio de Janeiro.
ConclusãoApesar da crise fiscal no estado do Rio de Janeiro e da pandemia de COVID-19, os dados, sinalizam para perspectivas futuras de aumento da demanda de acesso em saúde por pacientes oncológicos no HUPE, o que pode repercutir na necessidade de uma política e estratégia transfusional institucional direcionadas para este grupo de pessoas. O quantitativo de bolsas coletadas e insumos relacionados à transfusão segura em oncologia, precisam ser redimensionados na instituição.