Objetivo: Verificar a associação entre o uso do anticoncepcional oral (ACO) por mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP) e o desenvolvimento de fenômenos tromboembólicos. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura disponível nas bases de dados PUBMED e MEDLINE, utilizando os descritores: “Síndrome do Ovário Policístico”, “Anticoncepcionais Orais”e “Fatores de Risco”, devidamente cadastrados no MeSH, empregando o operador booleano AND. Foram avaliados 53 artigos e, ao fim, selecionados 12 para compor essa revisão. Os critérios de inclusão foram: artigos completos, disponibilizados de forma gratuita, publicados em inglês, entre os anos de 2010 a 2020. Bem como os critérios de exclusão foram: artigos nos demais idiomas, não disponibilizados de forma gratuita e nos quais a temática não aborda o objetivo proposto. Resultados: O uso de ACO pode acarretar mudanças físico-químicas no endométrio, além de alterar a produção do muco cervical, e também colaborar para o desenvolvimento de uma trombose venosa profunda (TVP). A TVP está em terceiro lugar nas causas de doenças vasculares associadas com o uso dos ACO, e possui também alta morbimortalidade, e está ligada a embolia pulmonar e a síndrome pós-trombótica. Além disso, a literatura ressalta risco de TVP duas vezes mais elevado em portadoras de SOP com uso de ACO quando comparado a portadoras de SOP sem uso de ACO. A incidência de tromboembolismo venoso nas portadoras de SOP é de 23,7/10.000 pessoas-ano. Discussão: O transtorno endócrino mais comum no gênero feminino em idade reprodutiva é a SOP, a qual acomete de 5-20% das mulheres em todo o mundo. Os ACO são fármacos que mimetizam os hormônios produzidos naturalmente pelos ovários, são amplamente utilizados pelas mulheres com o principal intuito relacionado a inibição da ovulação e consequentemente da gravidez, porém, também são utilizados no manejo de algumas doenças do sistema reprodutor feminino como a SOP. De acordo com a literatura, a associação entre TVP e ACO é bem estabelecida, e diversos estudos confirmam o elevado risco de ocorrência de um infarto agudo do miocárdio, como também acidente vascular cerebral isquêmico relacionado ao uso de ACO. Ressalta-se que os aspectos clínicos associados ao trombo e a esses distúrbios, ocorrem em mulheres em que utilizam os ACO e que apresentam uma tendência a gerar a TVP. Por outro lado, a literatura também relata que mesmo após uso contínuo dos ACO e larga vivência clínica, ainda existem questões sem resposta em relação as suas interferências no metabolismo de carboidratos, e no sistema cardiovascular, isso se baseado na população como um todo quanto também nas mulheres portadoras de SOP. Porém na população como um todo, é descrito um elevado risco para tromboembolismo venoso. Conclusão: Em suma, ressalta-se que apesar do uso dos ACO seja um fator de risco para TVP, acredita-se que este não é o fator limitante, ou seja, os fatores genéticos, ambientais e de estilod e vida auxiliem no desenvolvimento dos eventos de TVP.
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