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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S994-S995 (Outubro 2023)
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EVENTOS CARDIOVASCULARES E TROMBÓTICOS TARDIOS PÓS-COVID-19 EM UMA COORTE DE PACIENTES COM NEOPLASIAS MIELOPROLIFERATIVAS FILADÉLFIA NEGATIVAS
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ACS Sarttia, AVF Motaa, GO Duarteb, GBD Amaranteb, SS Medinab, FF Costab, CA Souzab, KBB Pagnanob
a Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
b Hemocentro, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 45. Núm S4

HEMO 2023

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Objetivos

Avaliar a incidência dos eventos cardiovasculares e trombóticos tardios (um ano ou mais após a COVID-19) em uma duas coortes de pacientes com neoplasias mieloproliferativas Filadélfia negativo (NMP), uma com e outra sem COVID-19. Avaliar a incidência e gravidade da COVID-19 pré e pós-vacinação.

Materiais e mMétodos

Estudo prospectivo, observacional, de coorte longitudinal. Pacientes foram NMP foram acompanhados quanto à incidência e gravidade da COVID-19 e quanto ao aparecimento de novos eventos cardiovasculares e trombóticos tardios pós- COVID-19. Os dados foram coletados através de questionários e avaliação de prontuários médicos.

Resultados

Entre novembro de 2020 e dezembro de 2021 foram recrutados 180 pacientes com NMP Ph-, com mediana de idade de 69 anos (31-99); 64% mulheres; 137 em uso de hidroxiureia, 4 em uso de ruxolitinibe. 64% dos pacientes estavam em uso de AAS. 22% tinham histórico de evento trombótico e 54%, antecedente de doença cardiovascular prévios à entrada no estudo. 42/180 pacientes (23%) tiveram COVID-19 e 6/42 tiveram reinfecção, dentro os quais, um caso apresentou acidente vascular cerebral (AVC). Outro paciente apresentou 2 eventos de tromboembolismo pulmonar (TEP), 1 mês e 25 meses após a COVID-19. Na coorte sem COVID-19, houve 2 casos de TVP, 5 de AVC e um TEP. A incidência de eventos tromboembólicos na coorte com e sem COVID-19 foi de 4,7% e 5,7%, respectivamente (p = 0,79). Dos 48 episódios de COVID-19, 38 foram leves (23 pós-vacina), 4 moderados (todos pré-vacina) e 6 graves (5 pré-vacina), um com evolução para óbito. Casos graves/moderados predominaram pré-vacinação (p = 0,0045). A coorte COVID-19 tem menos hipertensos do que aqueles sem COVID-19 (42% vs. 70%; p = 0,0012). A frequência da mutação JAK-2 foi semelhante nas duas coortes (p = 0,39). Houve 6 óbitos na coorte COVID-19 (3 por progressão da NMP, um por COVID-19 e 2 por outras causas) e 10 na coorte sem COVID-19 (3 por progressão e 7 por outras causas).

Discussão

Até o momento não houve diferenças significativas na incidência de eventos cardiovasculares tardios entre as coortes de pacientes com NMP expostos ou não ao SARS-CoV-2. Pacientes com NMP têm maior taxa de eventos cardiovasculares e trombóticos do que a população normal por vários mecanismos: como mutações que aumentam o risco de desenvolver aterosclerose, o aumento da agregação plaquetária, da geração de trombina e de inflamação. A mutação do JAK-2 V617F, relacionada à maior incidência de eventos trombóticos e cardiovasculares, foi a mais prevalente em ambas as coortes. 96% dos casos de COVID-19 pós-vacinação foram leves, o que sugere a eficácia do esquema vacinal na prevenção de casos moderados e graves e pode ter contribuído para a incidência semelhante de eventos cardiovasculares e trombóticos observada, pois manifestações tardias desses eventos estão mais associadas às formas mais graves da COVID-19.

Conclusões

A incidência de eventos tromboembólicos e cardiovasculares tardios em pacientes com NMP pós-COVID-19 foi semelhante à da coorte sem COVID-19. A maioria dos casos de COVID-19 foram leves e após a vacinação houve predomínio dos casos leves. A vacinação contra o SARS-CoV-2 pode ter contribuído para a prevenção dos casos moderados e graves.

Apoio

FAPESP (2022/15725-0).

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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