
Eventos tromboembolicos relacionam-se a causas multifatoriais ‒ fatores genéticos e ambientais, os quais desencadeiam mecanismos de hipercoagulação. Sua prevalência entre pacientes pediátricos está aumentando nos últimos anos, o que leva a maior procura de pediatras para avaliações de possíveis causas.
ObjetivosIdentificar a prevalência de tromboembolismo venoso e de eventos tromboembólicos em pacientes pediátricos de um Hospital Universitário, referência para atendimento materno infantil. Além disso, busca-se estabelecer o perfil dos participantes assim como suas comorbidades associadas e sintomatologia.
Materiais e métodosEstudo descritivo, retrospectivo por meio da análise de prontuários e de livros de registros dos pacientes pediátricos internados no Hospital Universitário. Foram excluídos os neonatos devidos características especiais deste grupo, e, a partir de identificação dos participantes, fez-se a coleta de dados segundo protocolo após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.
ResultadosApós a análise de 7 livros de registros, contendo nomes de 607 crianças e adolescentes, internados nas unidades de internação pediátricas, foram estudados 7 participantes com sinais de trombose, o que representa 1,15% dos pacientes que foram internados pelo Pronto Socorro do Hospital Universitário no período estudado. A partir dos dados coletados, viu-se que a maioria dos casos se tratava de recidiva, sendo que o perfil predominante foi de crianças e adolescentes do sexo feminino, na faixa etária entre 15 e 17 anos, da raça branca e de procedência da mesma cidade do HU. Dentre as queixas de internação tem-se dor e edema em membros inferiores, podendo ou não estar relacionadas. O local com maior índice de acometimento foi o membro inferior esquerdo e o tempo de internação foi, predominantemente, menor que uma semana. Algumas das comorbidades encontradas tem conhecida relação com trombose: Síndrome do Ovário Policístico, Retocolite Ulcerativa e Lúpus Eritematoso Sistêmico. A terapia de escolha na fase aguda foi a Heparina de Baixo Peso Molecular (HBPM) e a varfarina na alta em quase todos os casos e todos os participantes tiveram alta.
ConclusõesCom a realização deste estudo, notou-se que a prevalência encontrada foi de 1,15% de casos de trombose em crianças e adolescentes no Hospital Universitário, referência para atendimento geral em pediatria, durante o período estudado, entre janeiro de 2020 a dezembro de 2022. Após a análise dos prontuários, observou-se que 5 eram do sexo feminino e 2 do sexo masculino, todos estavam entre a faixa etária dos 15 e 17 anos, a maioria é proveniente da mesma cidade e de raça branca. As situações de risco e comorbidades identificadas foram o uso de anticoncepcional oral, a Retocolite Ulcerativa, o Lúpus Eritematoso Sistêmico, a Síndrome do Ovário Policístico. Além disso, o local mais acometido foi o membro inferior esquerdo e as queixas clínicas estavam relacionadas com dor e inchaço.