Compartilhar
Informação da revista
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S388-S389 (Outubro 2021)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S388-S389 (Outubro 2021)
Open Access
ESTRATÉGIA PARA IMPLANTAÇÃO DE USO RACIONAL DE SANGUE EM CIRURGIAS ELETIVAS, NUM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO
Visitas
1310
FMGC Bandeiraa,b, KB Fonsecab, JR Cunhab
a Disciplina de Hematologia e Hemoterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Serviço de Hemoterapia Herbert de Souza, Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 43. Núm S1
Mais dados
Objetivos

Este estudo visou gerar subsídios para a implantação de estratégia para uso racional do sangue em cirurgias eletivas, no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ).

Material e métodos

Foram identificadas as clínicas cirúrgicas e os procedimentos que demandavam reserva de concentrado de hemácias (CH). Foi dimensionado o índice de uso de sangue por cada procedimento, considerando o sangue transfundido sobre o reservado, gerando o índice de pacientes transfundidos (IPT) e o índice prova cruzada/transfusão (PC/T). Verificou-se a confirmação destas reservas, mediante a resposta ao mapa cirúrgico, enviada para o centro cirúrgico. A utilização ou não destas reservas no perioperatório (até 24 horas após a cirurgia), foi confirmada através da comprovação de expedição no sistema informatizado em uso na Hemoterapia HUPE. O resultado do IPT, indicaria necessidade de reserva se >10%; necessidade de realização de tipagem sanguínea (TS) e pesquisa de anticorpo irregular (PAI) se IPT > 1 e < 10%; ou nenhum preparo hemoterápico prévio se < 1%. O índice PC/T justificaria a reserva quando = 1. Foram revisados todos os mapas cirúrgicos de 2017, os mapas cirúrgicos da Neurocirurgia e Ortopedia no período de Jan a Mai 2021 e os da Ginecologia de Jan a Mar 2021.

Resultados

Cirurgia Cardíaca, justificou reserva de hemocomponente, com IPT > 10% em todos os procedimentos. TS e PAI apenas, seriam necessários em 50% dos procedimentos na Cirurgia Vascular. Na Cirurgia Torácica, 27,7% dos procedimentos justificaram a reserva de CH, 16,6% apenas TS e PAI e as demais não requereriam preparo. Cirurgia Geral tem 22,2% dos procedimentos que justificariam reserva de CH, enquanto que para nenhum outro justifica sequer TS e PAI. Dos procedimentos realizados pela Urologia, 27% justificariam reserva, 8% TS e PAI e os demais nenhum preparo hemoterápico. A Neurocirurgia utilizou apenas 1,8% das reservas solicitadas e a Ortopedia, 2,2%. Na Ginecologia, o uso racional do sangue vem sendo divulgado entre residentes e staff desde 2017 e no período do estudo, dos 71 procedimentos realizados, foi solicitada reserva em 11 deles (15,5%), tendo sido usada em apenas um procedimento (laparotomia exploradora).

Discussão

A implantação do “patient blood management” (PBM) e do “maximum surgical blood ordering schedule” (MSBOS) visam otimizar e racionalizar as reservas de hemocompoenentes para cirurgias eletivas. Observa-se que é alta a solicitação de reserva de hemocomponentes no HUPE, justificando a busca por evidência para a racionalização do uso de sangue. Em pacientes cujos procedimentos e comorbidades não falem a favor de coagulopatia, uso de anticoagulação, ou risco acrescido de sangramento, quando o IPT e PC/T não revelem risco acrescido de uso de hemocomponentes, apenas TS e PAI deveriam ser solicitados. Procedimentos cujo IPT for menor que 1%, não justifica a reserva de hemocomponentes prévia.

Conclusão

É necessária a criação de um protocolo de reservas de hemocomponentes para cirurgias no HUPE, baseado no PBM e MSBOS e recomenda-se ampliação desta avaliação para novos procedimentos incorporados no HUPE, tal como cirurgias robóticas. Sugerimos a criação de uma comissão de otimização de reservas cirúrgicas no hospital, com participação da Medicina Transfusional, clínicas Cirúrgicas, Anestesiologia e com a chancela do Comitê Transfusional.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas