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Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S538-S539 (outubro 2024)
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EPIDEMIOLOGIA DE PACIENTES PORTADORES DE MIELOMA MÚLTIPLO ATENDIDOS NO HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA (HGF) DE 2022 A 2024
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IV Barretoa, BMD Nogueiraa, LS Cunhaa, FMCP Pessoaa, GFSB Rochab, JC Medeirosb, AR Macielb, MEA Moraesa, MOM Filhoa, CFAM Nunesa
a Laboratório de Farmacogenética, Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
b Departamento de Hematologia, Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivo

O mieloma múltiplo (MM) é a segunda neoplasia hematológica mais comum, além de estar na 24ª posição dentre os cânceres mais comuns. Virtualmente todo paciente com MM, bem como MM assintomático (SMM) ou outra neoplasia plasmocitária têm uma fase pré-neoplásica chamada de gamopatia monoclonal de significado indeterminado (MGUS). Com isso, o objetivo deste trabalho é avaliar dados epidemiológicos de pacientes que chegam com suspeita de MM no Hospital Geral de Fortaleza (HGF).

Metodologia

Estudo retrospectivo do tipo descritivo observacional, envolvendo prontuários de pacientes que realizaram coleta de aspirado medular para estudo ou diagnóstico de mieloma múltiplo, sendo eles atendidos no HGF, entre o período de maio de 2022 a junho de 2024, e classificados de acordo com o Revised International Staging System (RISS) mediante aprovação do comitê de ética da Universidade Federal do Ceará (N°4.798.575).

Resultados

Foram atendidos 173 pacientes com suspeita de MM, desses: 95 diagnosticados com a doença, 6 com MGUS e 3 com SMM. Dos pacientes com MM a idade média ao diagnóstico foi de 62,78 anos (desvio padrão de ± 11,08 anos). Com predominio de pacientes do sexo masculino, totalizando 55 (57,89%), e 40 (42,11%) do sexo feminino. Conforme a estratificação, 24 foram caracterizados como RISS 1, 30 de risco RISS 2 e 16 de risco RISS 3, enquanto a caracterização dos outros 25 não foi possível devido à falta de dados. Com relação à região habitada, 60 residem em Fortaleza e região metropolitana, e 35 na zona rural do Ceará. Dos pacientes com MGUS, a média de idade foi de 59,33 (desvio padrão de ± 9,45 anos), sendo 100% deles do sexo feminino, 50% residentes da zona rural e 50% residentes da região metropolitana. Dados os pacientes com SMM, a média de idade foi de 71,66 (desvio padrão de ± 9,45 anos), sendo 2 deles do sexo masculino e 1 do sexo feminino, e 100% residentes de Fortaleza e região metropolitana.

Discussão

Com o aumento da incidência de MM nas últimas décadas no município de Fortaleza-CE, foram observados valores consideráveis de novos diagnósticos entre os anos de 2022 e 2024. Com idade média, prevalencia de pacientes do sexo masculino, assim como maior parte dos pacientes classificados no grupo RISS 2, sendo todos esses dados condizentes com o encontrados encontrado na literatura. Porém destaca-se a quantidade de pacientes com MGUS que realizaram o exame de aspirado medular para o diagnostico diferencial, destes 100% do grupo é constituido pelo sexo feminino, mesmo sendo uma patologia conhecida por acometer predominantemente homens. Destacando-se também que parte destes pacientes são residentes da zona rural do estado onde é comum a agricultura como fonte de renda, correlaciona-se que o uso de agrotóxicos persiste como fator de risco para o desenvolvimento de neoplasia hematológica. Entretanto os pacientes com SMM são todos residentes da capital, podendo ter outros possíveis fatores de risco para o seu desenvolvimento e a não progressão.

Conclusão

O estudo epidemiológico do MM na região resulta em boa representatividade do que é observado também em outras regiões, possuindo o predomínio dos pacientes no RISS 2. Devendo-se avaliar também os estágios precursores ao MM, como foi observado a totalidade dos pacientes do sexo feminino no MGUS, sendo esse um diferencial.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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