
Analisar a eficácia do Crizanlizumabe no portador de doença falciforme.
Material e métodostrata-se de uma revisão de literatura, empregando a base de dados PUBMED, que propõe o estabelecimento de critérios bem definidos utilizando os seguintes critérios de inclusão: periódicos disponíveis integralmente de forma gratuita, publicados no idioma português ou inglês no período de abril a maio de 2022, com os descritores: Crizanlizumabe; Doença falciforme; Crise vaso oclusiva.
ResultadosEncontrados um total de trinta e cinco (35) artigos, destes, vinte e nove (29) foram excluídos por não se enquadrarem nos critérios de elegibilidade, os seis (6) artigos utilizados avaliaram a eficácia do Crizanlizumabe no portador de doença falciforme.
DiscussõesA doença falciforme é uma condição hereditária, negligenciada, debilitante, com presença de glóbulos vermelhos em forma de foice. Associada à inflamação crônica, pertencente a moléculas de adesão, envolvendo a P-selectina, elevada nessa situação que propicia as células circulantes e as células dos vasos sanguíneos sejam ativadas e se tornem precipitadas causando uma obstrução. A doença falciforme é uma enfermidade que pode conduzir a óbito, em virtude da crise vaso-oclusiva (CVO), complicação aguda, periódica e imprevisível da doença falciforme, causa isquemia tecidual e dor severa, sendo uma das principais causas de morbidade e lesões aos órgãos, estabelecem motivo mais frequente de atendimentos de emergência e hospitalizações. Com o uso de Crizanlizumabe, a substância pode contribuir para que os intervalos dos sintomas sejam menores, proporcionando redução da taxa de crises por ano e o tempo médio para a primeira e/ou segunda crise. O Crizanlizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado, seletivo de IgG2 Kappa que se liga à P-selectina com alta afinidade, bloqueando as interações com seus ligantes. A P-selectina é uma molécula de adesão que facilita a aderência de plaquetas e leucócitos ao endotélio, armazenadas no corpo de Weibel-Palade e interior das plaquetas. Durante o processo inflamatório e hipóxia, a P-selectina é liberada para a superfície do endotélio vascular, induzindo o rolamento dos leucócitos e aderência das células ao endotélio. A avaliação da expressão de moléculas de adesão em pacientes é de grande interesse científico, visto que pode contribuir para o entendimento dos mecanismos responsáveis pelos fenômenos vaso-oclusivos.
ConclusãoConclui-se que o Crizanlizumabe concede que os acometidos pela doença tenham menos sintomas da crise por ano, garantindo assim um período mais longo sem fortes sintomas, o que garante uma redução dos dias hospitalizados, desta forma, o benefício foi sólido, independente, do uso concomitante de hidroxiureia, histórico prévio de frequência de crises ou genótipo. O Crizanlizumabe já foi registrado e aprovado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, entretanto, são necessárias algumas medidas para melhorar a adesão ao tratamento, redução dos custos e inclusão do medicamento no Sistema Único de saúde- SUS.