Objetivos: Avaliar o nível de entendimento populacional dos moradores do Rio Grande do Norte (RN) sobre o cenário do estoque das bolsas de sangue no estado, estabelecendo uma comparação do exercício da doação de sangue antes e durante a pandemia do SARS-CoV-2, declarada em março de 2020. Material e métodos: Foi aplicado um questionário a 500 indivíduos na faixa etária dos 17 aos 55 anos, de ambos os sexos, e que concordaram em participar da pesquisa. O questionário continha perguntas objetivas de múltipla escolha relacionadas ao conhecimento sobre os níveis de estoque de sangue durante a pandemia do COVID-19 e a prática da doação de sangue antes e depois do vírus atingir o patamar de disseminação mundial. Resultados: Das 500 respostas, 55,8% afirmaram ter realizado pelo menos uma doação de sangue antes do decreto de pandemia. Apesar de 96,6% dos entrevistados reconhecerem os níveis de estoque baixos dos bancos de sangue do RN, apenas 6,2% exerceram o papel de doadores no atual contexto da pandemia, enquanto 93,8% não tiveram esse contato com a hemotransfusão. Destaca-se ainda o dado de 68,4% não manifestarem segurança em ir ao hemocentro durante a pandemia, um fator que prejudica a contribuição com a saúde pública, devido ao medo da contaminação. A par disso, a associação dos resultados mencionados com a escolaridade do interrogado foi estatisticamente relevante, visto que 29,8% dos entrevistados concluíram o ensino superior e 32,6% tinham pós-graduação. Discussão: Por meio das respostas do questionário aplicado, nota-se que grande parte da população Norte-rio-grandense não realizou doação de sangue no período da pandemia, mesmo com conhecimento sobre a baixa no estoque sanguíneo no estado em que residem. A majoritária parte da amostra revela que o medo da contaminação, no período de isolamento social, é o principal fator que impede a prática da doação. É importante avaliar que apenas 55,8% haviam doado sangue, pelo menos uma vez, no período anterior à pandemia. Apesar de representar um pouco mais da metade do total de entrevistados, ainda é um percentual alarmante para o estado, que deve a todo o instante esclarecer dúvidas e motivar futuros doadores. O Hemonorte, órgão da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN, publicou estado crítico do estoque de bolsas de sangue durante a pandemia do novo coronavírus, enquanto a demanda transfusional permaneceu de forma diária. O ideal para suprir a demanda diária no RN seria em torno de 700 bolsas de sangue, mas o cenário da pandemia reduziu os doadores, deixando o estado com um estoque de aproximadamente 200 unidades por dia. Conclusão: Os resultados obtidos revelam o quão importante é esclarecer as dúvidas da população acerca da insegurança no processo de doação durante a pandemia. Os hemocentros do RN implementaram um sistema de agendamento online ou por telefone, além de firmarem parcerias com empresas de motorista por aplicativo, oferecendo benefícios para os doadores. O uso de máscara e aplicação de álcool em gel em cada etapa do processo tornaram-se obrigatórios. As ações feitas demonstram o compromisso dos profissionais com a segurança de cada doador, por isso a importância de fornecer informações e promover atividades educativas de conscientização para a população receosa. Desta forma, é possível investir em medidas preventivas no período da pandemia, a fim de reduzir a situação crítica do estoque sanguíneo.
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