HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA anemia hemolítica autoimune é uma condição rara, caracterizada pela destruição precoce das hemácias mediada por autoanticorpos, levando a um quadro clínico variável que pode incluir fadiga, icterícia e esplenomegalia. Reconhecer seus sinais e sintomas iniciais é essencial para orientar a investigação diagnóstica, permitir intervenções rápidas e reduzir complicações associadas.
ObjetivosCompreender a apresentação clínica da anemia hemolítica autoimune.
Material e métodosTrata-se de um estudo exploratório por meio de pesquisa bibliográfica não sistematizada, sendo operacionalizada a partir da busca eletrônica de artigos presentes na base de dados: Google Acadêmico. Para os critérios de inclusão, foram selecionados trabalhos publicados no período de 2021 a 2025, contendo o texto na íntegra no idioma Português, que atendessem ao objetivo proposto. Foram excluídos artigos publicados antes do ano de 2021.
Discussão e conclusãoA anemia, de forma geral, é uma condição em que os eritrócitos encontram-se baixos no sangue, causando baixa oxigenação para os órgãos. No caso da anemia hemolítica autoimune (AHAI), sua diferenciação decorre dos sinais e dos sintomas que resultam diretamente da hemólise, caracterizando-a como uma doença rara definida pela união de anticorpos específicos e hemácias, resultando em hemólise pelo sistema retículo-endotelial. Pode ser classificada quanto a sua origem, em primária, em que não há uma outra doença que justifique os anticorpos achados, e em secundária, em que há uma doença pré-existente que resulte na manifestação da AHAI. Ainda, pode ser classificada quanto ao anticorpo presente, podendo ser quente (IgG) ou frio (IgM), mas, em alguns casos, é possível encontrar os dois tipos de anticorpos, sendo chamada de mista. Os sintomas mais prevalentes são a fadiga intensa, palidez, icterícia e esplenomegalia, além de taquicardia, tontura e calafrios que indicam hemólise grave. Com relação ao diagnóstico, o teste de Coombs direto e indireto é o mais indicado de se realizar, mas caso seu resultado seja negativo a doença não está excluída. Outros testes podem ser realizados para a confirmação do diagnóstico, como hemograma, dosagem de bilirrubina, nível de desidrogenase láctica (LDH) e haptoglobina. Por fim, o tratamento de AHAI irá depender se é primária ou secundária e qual o anticorpo encontrado, sendo assim, para os quentes o recomendado é suplementação com ácido fólico e corticoides, como prednisona e dexametasona, já para os frios é importante proteger o paciente do frio nas extremidades do corpo e faz-se o uso de imunossupressores, que inicialmente mostram baixas respostas terapêuticas. A indicação de transfusão sanguínea é para o alívio dos sintomas da anemia e a esplenectomia é a forma indicada em casos extremos. Com base nos artigos analisados, percebe-se que é necessário um tratamento que seja individualizado, de acordo com o tipo de AHAI e a gravidade da sintomatologia. Quanto à evolução do quadro clínico, casos de AHAI secundária possuem pior prognóstico que a primária e mesmo apresentando boas respostas aos tratamentos propostos há casos fatais relatados. Apesar de rara, a AHAI já possui bastantes características marcantes e testes diagnósticos específicos que facilitam o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, possibilitando uma melhor qualidade de vida ao paciente. Porém, ainda é imprescindível a realização de mais estudos sobre a doença em questão para maiores entendimentos sobre suas etiologias e novas formas de diagnósticos e de tratamentos.




