
Avaliar a correlação entre os níveis de DNA circulante tumoral (ctDNA) em pacientes com linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), antes e ao longo do tratamento, com dados quantitativos obtidos do PET/CT e a resposta ao tratamento.
Materiais e métodosEstudo prospectivo, incluindo pacientes recém diagnosticados com LDGCB, em um período de 2 anos que aceitaram participar do estudo com assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. Foram coletadas amostras de sangue periférico para quantificação de ctDNA, obtidos a partir do DNA celular livre (cfDNA), em dois momentos: ao diagnóstico (ctDNA1) e ao término do tratamento (ctDNA2). Além disso, os pacientes foram submetidos ao PET/CT ao dianóstico e ao final do tratamento. Do PET-CT foram calculados: TMTV (total metabolic tumor volume), TLG (total lesion glycolysis)e ΔSUVmax. Além disso, foram coletadas no mesmo software medidas de radiômica para lesões com o maior SUV nas imagens de PET/CT obtidas ao diagnóstico. Esta ferramenta é baseada em características texturais da matriz de co-ocorrência (Haralick et al.) extraídas das matrizes de dependência espacial em tons de cinza.
ResultadosForam incluídos 18 pacientes. Em todos foi possível detectar ao menos uma mutação no cfDNA no diagnóstico. Nos 15 pacientes que obtiveram resposta completa (CR) houve também a redução do ctDNA (hGE/mL), entre as amostras obtidas entre pré e pós tratamento (ctDNA1 e ctDNA2, respectivamente). Houve uma correlação entre o ctDNA1 e a TMTV (r = 0,51, p = 0,014) e do TLG 2,5 (r = 0.47, p = 0.024) do PET inicial com o ctDNA1. O DNAct1 teve correlação com o volume das lesões com maior SUV (r = 0,57; p = 0,006), o TLG (r = 0,56; p = 0,02) e 8 parametros da matriz de co-ocorrênca. Numa regressão múltipla apenas participaram do modelo Rd_volume, Rd_TLG, homogeneidade, entropia diferencial e medida de correlação, que teve R2 = 0,986. No modelo utilizando apenas parâmetros da carga tumoral total na imagem PET (TMTV, TLG e SUVmax, SUV min e SUV médio) apenas o TMTV permaneceu no modelo com R2 = 0,21. Além disso, houve correlação inversa entre o Δ-ctDNA (ctDNA1 - ctDNA2) e o Δ-SUVmax (SUVmax1 - SUVmax 2) do PET/CT (r = -0.8788; p = 0.002).
Discussão e conclusãoA análise do ctDNA e PET/CT nos pacientes com diagnóstico de LDGCB são complementares, podendo auxiliar na melhor caracterização da carga tumoral e na avaliação de resposta ao tratamento. Além disso, as informações de radiômica podem corroborar para a avaliação de características tumorais como focos de proliferação e áreas de necrose.