Compartilhar
Informação da revista
Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S957-S958 (Outubro 2023)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S957-S958 (Outubro 2023)
Acesso de texto completo
DIAGNÓSTICO TARDIO DA DOENÇA FALCIFORME: PREVALÊNCIA E RISCOS
Visitas
219
CASA Dalva, JVA Duarte, MV Horta, ABTMD Santos, AA Freitas, VBG Praxedes, IVR Sá, ALA Cunha, IR Cavalcante, FB Duarte
Faculdade CHRISTUS, Fortaleza, CE, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 45. Núm S4

HEMO 2023

Mais dados
Introdução

A doença falciforme é a doença hereditária monogênica mais comum no Brasil, ocorrendo, majoritariamente, em afro-descendentes. O diagnóstico da doença falciforme deve ocorrer durante a triagem neonatal, que consiste no rastreamento na população de 0 a 28 dias. Quando diagnosticada tardiamente, a doença falciforme pode ocasionar importantes sequelas e até mesmo óbito, devido a fisiopatologia, que envolve uma combinação complexa de vaso-oclusão, hemólise, disfunção endotelial e inflamação. Essa revisão bibliográfica visa esclarecer a prevalência e os riscos que o diagnóstico tardio impactam na vida do sujeito com doença falciforme.

Métodos

Trata-se de um estudo de revisão de literatura com base em artigos da plataformas do PubMed, Scielo e LILACS com os seguintes descritores: “doença falciforme”, “diagnóstico tardio”, “prevalência e riscos” com análise de 5 artigos, entre (2007-2021).

Discussão

A doença falciforme consiste no distúrbio genético mais prevalente na população, caracterizada pela presença de hemoglobina S (HbS). Essa fisiopatologia resulta em eventos intravasculares que justificam a clínica desta patologia, como oclusão de vasos dolorosas e agudas e hemólise, resultando em danos aos órgãos, incluindo efeitos no sistema cardiovascular. Diante desse cenário de prevalência da doença falciforme, o diagnóstico dessa enfermidade deve ser o mais prévio possível, sendo responsável pelo tratamento adequado, com o fito de minimizar sequelas e óbitos dessa patologia principalmente em recém-nascidos. Como exemplo, no estudo realizado pelo National Center for Health Statistics, 16.654 óbitos foram registrados entre 1979 e 2005, devido à doença falciforme, onde a taxa de mortalidade, em maiores de 19 anos, obteve um aumento de 1% (p < 0,001) ao decorrer de cada ano, mesmo com advento da hidroxiureia, a mortalidade precoce em adultos continua elevada, com média de idade ao óbito de 33,4 anos em homens e 36,9 anos nas mulheres. Além disso, no estado do Mato Grosso do Sul, Brasil, o estudo coorte com 63 pacientes (5 a 63 anos), acompanhados durante 1980 a 2010, evidenciou que tais indivíduos não receberam a triagem neonatal, sendo assim, na fase adulta, mostrou a presença de adultos com o diagnóstico tardio da doença falciforme, os quais não receberam uma terapêutica adequada, nem sequer obtiveram aconselhamento genético para suas situações, com objetivo de realizar esforços de prevenção para complicações que a própria DF venha a cursar, ou ainda ao óbito precoce. Com o passar do tempo, episódios recorrentes de isquemia tecidual com reparo de reperfusão somado aos efeitos hemolíticos precipitados pela falcização da hemácia resultam em um estado inflamatório crônico e em uma instalação de vasculopatia ocasionando,assim,uma lesão de órgão-alvo. O Grau de acometimento clínico pela doença falciforme pode variar marcadamente mesmo em pacientes com o mesmo genótipo, sendo influenciado também por fatores sociais.

Conclusão

Assim, o diagnóstico tardio da doença corrobora para o surgimento de enfermidades que afetam diretamente a qualidade de vida da população e interferem significativamente na morbimortalidade dos pacientes. Sob esse viés, destaca-se a importância do diagnóstico precoce da DF no enfrentamento das complicações evitáveis. Assim, é necessária a publicação de novos estudos que visem a melhoria da qualidade de vida das pessoas que foram diagnosticadas tardiamente com a doença falciforme.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas