
A anemia ferropriva, resultante da deficiência de ferro, acarreta insuficiência no número de eritrócitos e/ou na dosagem de hemoglobina, prejudicando a capacidade de atender às demandas fisiológicas. A maior reserva de ferro encontra-se na hemoglobina, constituindo o grupo heme, e sua obtenção ocorre por meio da alimentação. A deficiência de ferro pode reduzir a funcionalidade de diversos sistemas, sendo mais prevalente em populações de menor renda, refletindo as desigualdades sociais.
ObjetivosEste estudo tem como objetivo investigar as frequências de internações de caracater de urgência e eletivo devido a anemia ferropriva e sua possível correlação com desnutrição em diferentes regiões do Brasil.
Materiais e métodosDados epidemiológicos das cinco regiões brasileiras (norte, sul, nordeste, sudeste e centro-oeste) foram analisados. Fontes oficiais, como DATASUS, Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde, forneceram informações para a pesquisa.
ResultadosDurante o período de 2013 a 2022, 114.930 internações por anemia ferropriva foram examinadas. A região centro-oeste apresentou a menor taxa de internações eletivas (1,5%), contrastando com a maior frequência de internações de urgência (98,5%). Notavelmente, na região centro-oeste, a taxa de internação eletiva aumentou de 0,5% em 2013 para 2,2% em 2022 (p < 0,001). A região norte registrou a maior proporção de internações eletivas (6,9%), correspondendo a uma menor proporção de internações de urgência (93,1%).
ConclusãoA predominância das internações de urgência indica que o diagnóstico da anemia ferropriva ocorre em estágios avançados, demandando intervenções médicas imediatas. O aumento das internações eletivas na região centro-oeste ao longo dos anos sugere uma maior atenção e cuidado com essa população. Esses resultados ressaltam a importância da conscientização sobre a anemia ferropriva, com ênfase na detecção precoce e prevenção da doença por meio de intervenções nutricionais e acesso à saúde equitativo em todas as regiões brasileiras.