Compartilhar
Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1254 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1254 (outubro 2024)
Acesso de texto completo
DESAFIOS NO TRANSPORTE E INSTALAÇÃO DE UM IRRADIADOR DE SANGUE
Visitas
279
P Fausto, F Seara, D Vieira, M Martins, B Lopes, B Silva, E Ferro
Grupo GSH, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

Mais dados
Objetivos

Apresentar os desafios associados ao transporte e à instalação de um equipamento de 1,8 toneladas, utilizado para a irradiação de sangue por meio de uma fonte de césio-137. O irradiador de sangue é projetado para expor bolsas com hemocomponentes à radiação gama emitida por césio-137, com o objetivo de reduzir o risco de reação transfusional.

Materiais e métodos

Este estudo foi realizado através da análise de documentos e entrevistas com os envolvidos, mapeamento logístico, avaliações ambientais, estruturais e de movimentação (transporte e içamento). O irradiador de sangue foi transferido de Petrópolis/RJ para o município do Rio de Janeiro.

Resultados

Embora o projeto de realocação do irradiador de sangue tenha atrasado 12 meses, com o orçamento estimado sendo dobrado e o estudo prévio para a adaptação do local de instalação revisado em várias ocasiões, a operação foi concluída com êxito. Esta modificação resultou em benefícios significativos para a logística e o processo de irradiação, proporcionando uma redução nos custos operacionais devido à melhoria na eficiência.

Discussão

Devido ao peso e à presença de césio-137, foi necessário elaborar um “Plano Específico de Transporte” e submetê-lo à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Este plano autoriza transportadoras a realizar o transporte do material radioativo apenas para o trajeto e produto especificados. Considerando que não há transportadoras com capacidade para içamento de material radioativo e a necessidade de cumprir requisitos legais, foi necessário contratar uma transportadora licenciada para carga pesada e produtos de risco. A dificuldade em encontrar empresas com essas licenças resultou em custos de transporte superior ao previsto e atrasos no cronograma. Além disso, os desafios incluíram o envio de documentação e fotos, seguro de carga, motoristas com curso para Movimentação e Operação de Produtos Perigosos (MOPP) e escolta armada. Para a instalação do irradiador no novo local, a impossibilidade de içamento pelo elevador devido a restrições municipais e a recusa do condomínio quanto à alteração da fachada, que previa a substituição de uma janela por uma porta, levaram à decisão de realizar uma obra para remoção e reinstalação da janela. Constatou-se que o reforço estrutural previsto no projeto não estava implementado. Um engenheiro estrutural avaliou a situação e determinou a necessidade de vigas metálicas para suportar a carga. O reforço do piso e a obra na fachada aumentaram o orçamento inicial. Após a instalação, a CNEN realizou uma inspeção e determinou que, para autorizar a operação do irradiador de sangue, seriam necessárias medidas adicionais de segurança. Estas incluíam a instalação de sistemas de vigilância e controle de acesso, bem como barreiras físicas nas paredes para proteção contra invasões. A blindagem adicional da sala não foi exigida, pois o irradiador já proporciona proteção adequada.

Conclusão

A internalização do processo de irradiação resultou em maior eficiência operacional. Entretanto, a falta de uma empresa especializada para o transporte e movimentação desse tipo de equipamento, bem como a ausência de referências bibliográficas práticas sobre o tema, levou à revisão do projeto e do orçamento. O relato apresentado neste estudo poderá servir como fonte de referência para futuras operações semelhantes.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas