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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S153-S154 (Outubro 2023)
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DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO: LEUCEMIA DE PLASMÓCITOS COM ASPECTO BLASTOIDE MIMETIZANDO LEUCEMIA AGUDA
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ACT Silva, JGR Santos, YH Maekawa, TT Takao, MCA Silva, MV Gonçalves, AF Sandes
Grupo Fleury, São Paulo, SP, Brasil
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Introdução

A leucemia de plasmócitos (LP) é uma forma rara e agressiva de mieloma múltiplo caracterizada por um número significativo de plasmócitos (PC) no sangue periférico. Distinguir a LP de outras neoplasias hematológicas, especificamente leucemia aguda, pode ser desafiador devido às características clínicas e morfológicas que podem ser sobrepostas em alguns casos. Um diagnóstico precoce e preciso é fundamental para planejamento terapêutico adequado.

Relato de caso

Mulher, 70 anos, aprsentando hemograma de outro serviço com descrição de linfocitose com presença de linfoblastos. Exames laboratoriais mostravam um nível de hemoglobina de 10,6 g/dL, contagem de leucócitos de 15.170/uL e contagem de plaquetas de 67.000/uL. Enviado material de sangue periférico (SP) para realizar citometria de fluxo para confirmação de leucemia aguda. No entanto, a imunofenotipagem revelou a presença de 66% (10.027/uL) de células que expressavam CD38, CD138 e cadeia leve kappa intracitoplasmática, enquanto não expressavam CD19 e CD20 – um perfil consistente com plasmócitos clonais. O esfregaço de sangue periférico foi reexaminado, revelando algumas células com alta relação núcleo-citoplasmática e nucléolo evidente, o que levou a suspeita inicial de leucemia aguda. No entanto, uma boa parte das células apresentavam núcleo excêntrico, citoplasma basofílico e um halo perinuclear - características consistentes com plasmócitos circulantes. Com esses achados, foi estabelecido um diagnóstico de leucemia de plasmócitos.

Discussão

Este caso destaca os desafios diagnósticos apresentados pela LP em casos que apresentem semelhanças morfológicas com leucemia aguda. Um diagnóstico errôneo pode resultar em tratamento inadequado, enfatizando a importância de avaliações diagnósticas completas para suspeitas de neoplasias hematológicas. O marco diagnóstico da LP é a presença de >5% de plasmócitos clonais no sangue periférico. A citometria de fluxo desempenha um papel crucial na confirmação do diagnóstico, como foi evidente em nosso caso. Além disso, a eletroforese de proteínas séricas pode identificar proteínas monoclonais, apoiando ainda mais o diagnóstico. O tratamento de LP tem evoluído com os avanços nas terapias direcionadas e combinadas. Quimioterapia em altas doses, seguida de transplante autólogo de células-tronco, tem sido considerada uma abordagem preferida para pacientes elegíveis. Agentes novos, como inibidores de proteassoma, drogas imunomoduladoras e anticorpos monoclonais demonstraram eficácia e estão sendo incorporados aos regimes de tratamento.

Conclusão

Este caso destaca as possíveis armadilhas no diagnóstico de neoplasias hematológicas baseado apenas em características morfológicas. Uma abordagem diagnóstica abrangente, integrando morfologia, citometria de fluxo, citogenética e correlação clínica, é essencial para uma caracterização precisa da doença. A leucemia de plasmócitos, embora rara, deve ser considerada nos diagnósticos diferenciais ao se deparar com células que lembram blastos no sangue periférico. Um diagnóstico rápido e preciso abre o caminho para intervenções terapêuticas oportunas e eficazes, melhorando, em última instância, os desfechos dos pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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