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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S476 (Outubro 2021)
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DENGUE E PLAQUETOPENIA SEVERA: REVISÃO DA LITERATURA
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TP Cavalcante, BR Neri, LM Oliveira, MBM Picanço, MEQA Rocha, MFB Almeida, TR Carvalho, VR Santiago, FWRD Santos
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, CE, Brasil
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Objetivos

Os objetivos deste trabalho são relatar a associação entre plaquetopenia e dengue, levando seu perfil endêmico e preocupante em consideração, e demonstrar a sobrecarga dessa doença no cenário pandêmico atual.

Materiais e métodos

Foi realizada uma revisão de literatura a partir de artigos selecionados dos bancos de dados do SciELO, de um espaço amostral 2005 a 2021, em português, espanhol e inglês. Foram restritos para a busca de métodos diagnósticos e tratamento apenas o período de 2017 a 2020. Artigos anteriores a 2017 foram utilizados apenas para avaliação de histórico de sinais e sintomas e definições da doença. As palavras chaves utilizadas foram: “Dengue”, “Trombocitopenia”e “COVID-19”, terminologias de acordo com o sistema de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).

Resultados

De acordo com a literatura analisada, a dengue é uma arbovirose aguda endêmica no Brasil, que tem como principais características febre, cefaleia, astenia, dores musculares e leucopenia. Essa doença pode apresentar diferentes formas de manifestação dependendo da sua severidade. Nesse viés, existem sinais de alerta para a forma hemorrágica e mais severa da doença, como vômitos, dor abdominal, hepatomegalia e sintomas hematológicos, como leucopenia, aumento de hematócrito, sangramentos espontâneos e plaquetopenia mais rigorosa. Esse contexto de trombocitopenia está correlacionado com a dengue devido à fisiopatologia dessa doença, a qual, em casos mais graves, pode apresentar mais de um sangramento, o que se relaciona com um maior consumo plaquetário decorrente de coagulações vasculares disseminadas, aumento da incidência de anticorpos antiplaquetários ou trombólise pelo complemento. Segundo a análise de artigos, 68,5% a 82% dos casos de dengue hemorrágica apresentaram plaquetopenia. Nesse panorama, dos pacientes com trombocitopenia < 75.000/mm³ e dos entre 75.000 e 150.000/mm³, a maioria é do sexo masculino. Além disso, existe uma relação entre um pior prognóstico em decorrência do aumento da idade.

Discussão

Diante dos dados analisados, a plaquetopenia está sendo cada vez mais demonstrada como biomarcador de gravidade e de permanência hospitalar mais duradoura em pacientes com dengue. Isso demonstra a necessidade da capacitação dos profissionais da saúde para reforçar o papel da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, de acordo com a classificação de gravidade e marcadores de severidade. Além disso, no cenário pandêmico atual, é importante considerar a co-infecção pela COVID-19, a COVID-19 como diagnóstico diferencial e também o impacto da pandemia no sistema de saúde para o manejo dos pacientes com dengue grave, de forma epidemiológica, como subnotificações, e de forma estrutural, como a sobrecarga dos hospitais e laboratórios.

Conclusão

A Dengue é uma doença ainda muito relevante no contexto brasileiro, sendo importante reconhecer seus fatores de severidade para delinear o manejo adequado da doença. Ainda, é necessária a elaboração de novos estudos prospectivos para identificar o papel da trombocitopenia como marcador de gravidade. Tal conhecimento é importante no contexto pandêmico atual, uma vez que os recursos clínico-hospitalares se encontram limitados e sobrecarregados.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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