Introdução: As complicações clínicas da doença falciforme (DF) podem ser amenizadas quando há o diagnóstico precoce e com a inclusão e acompanhamento dos pacientes em programas de saúde pública. Neste sentido, a investigação sobre os níveis de HB F e a definição dos haplótipos do gene da β-globina para cada paciente falciforme se tornaram exames essenciais, que auxiliam a conduta médica e ajudam na compreensão da heterogeneidade clínica desta doença. Neste trabalho avaliamos os haplótipos do gene da β-globina em indivíduos com doença falciforme do Sudeste do Brasil aplicando com sucesso um sistema SNaPshot Multiplex. Métodos: Foram caracterizadas 151 amostras de sangue obtidas de pacientes com DF do Hemocentro de Ribeirão Preto. O diagnóstico da DF foi realizado por eletroforese em acetato de celulose seguido pela confirmação por HPLC dos perfis de hemoglobina. Para definição dos haplótipos Central African Republic (CAR), Benin (BEN) Senegal (SEN) e Cameroon (CAM) do gene da β-globina utilizamos um ensaio SNaPshot multiplex que permite uma análise simultânea dos SNPs (rs113040651, rs748214, rs11827654, rs28440105, rs10128556, rs968857, rs16911905, rs35755129 e rs10837631). Para validação e confirmação da eficiência da técnica utilizamos amostras de DNA controle para todos os haplótipos avaliados. Resultados: A maioria dos pacientes com DF 121(80%) foram classificados como SS e os indivíduos S/β+ (7,2%), S/β0 (6,6%), SC (5,3%) e SD (0,6%) aparecem em menor proporção. Não foram encontradas diferenças entre os sexos, sendo que 52% dos pacientes com DF são do sexo feminino e 48% são do sexo masculino. O haplótipo CAR foi o mais comum na região Sudeste do Brasil (68%), seguido pelo BEN (29%), SEN (1,3%) e CAM (0,99%). Todas as amostras também foram caracterizadas de acordo com a distribuição dos genótipos, sendo o CAR/CAR o mais predominante 78 (51%) entre os pacientes com DF. Outros genótipos como BEN/BEN foram encontrados em 20 (13%), CAR/BEN em 47 (31%), BEN/SEN em 2 (1,32%), CAR/SEN em 2 (1,32%), CAR/CAM em 1 (0,66%) e CAM/CAM em 1 (0,66%) pacientes. Conclusão: A metodologia SNaPshot multiplex é uma alternativa precisa, segura e com capacidade de trazer maior agilidade no diagnóstico dos haplótipos do gene da β-globina quando comparada às técnicas convencionais de PCR seguida por RFLP. As frequências dos haplótipos observadas neste estudo corroboram com trabalhos descritos há 35 anos atrás e indicam que não houve uma variação na frequência dos haplótipos do gene da β-globina nesta região ao longo dos anos. Financiamento: FAPESP2017/26950-6; (INCTC-465539/2014-9) e Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP).
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