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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 242
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CUIDADOS PALIATIVOS EM PACIENTES HEMATOLÓGICOS: PANORAMA ATUAL E QUAIS BARREIRAS AINDA EXISTEM?
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MVA de Almeida
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

As doenças hematológicas malignas impõem uma gama significativa de sintomas e sofrimento graves aos pacientes e suas famílias, tornando os cuidados paliativos (CP) um componente essencial para a promoção da qualidade de vida. Dito isso, a identificação do panorama de utilização e das barreiras à implementação dos CP nesta população se mostra crucial para otimizar o cuidado.

Objetivos

Realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o uso dos cuidados paliativos em pacientes com doenças hematológicas, traçando um panorama atual de sua aplicação e identificando as principais barreiras à sua implementação adequada.

Material e métodos

Foi conduzida uma busca nas bases PubMed, SciELO e Cochrane Library, com recorte temporal entre 2019 e 2024, com publicações em português, inglês e espanhol. Utilizaram-se os termos “palliative care”, “hematologic malignancies”, “barriers”, “integration” e “timing”, combinados por operadores booleanos. Foram incluídos estudos originais, revisões sistemáticas e diretrizes clínicas que abordassem o uso de cuidados paliativos em pacientes hematológicos, com foco no momento de início e obstáculos de implementação. Foram excluídos trabalhos que não atendiam aos critérios de busca.

Discussão e conclusão

Foi demonstrado que a integração de cuidados paliativos especializados na hematologia melhora significativamente o manejo de sintomas e a qualidade de vida de pacientes e seus cuidadores, além de reduzir a utilização de recursos de saúde no final da vida. Contudo, apesar das diretrizes recomendarem uma abordagem precoce, a prática revela um profundo descompasso: a introdução dos CP é predominantemente tardia, com 65% dos encaminhamentos ocorrendo nos últimos 30 dias de vida do paciente. Este cenário contrasta com a integração mais consolidada dos CP em neoplasias sólidas e submete os pacientes hematológicos a cuidados frequentemente mais agressivos no fim da vida. As barreiras para a integração efetiva são multifacetadas e interconectadas. Do lado profissional, a cultura do otimismo terapêutico e a dificuldade intrínseca ao prognóstico das doenças hematológicas levam à hesitação em introduzir os CP, ainda associados à terminalidade. Sistemicamente, a fragmentação dos serviços e os desafios na comunicação interpõem obstáculos organizacionais. Por fim, embora pacientes e familiares demonstrem abertura após devidamente esclarecidos, o desconhecimento inicial e as concepções equivocadas da sociedade sobre a paliatividade contribuem para o atraso. Portanto, o panorama atual da aplicação dos CP na hematologia é limitado e aquém do seu potencial. A superação deste cenário exige estratégias abrangentes, com destaque para a implementação de programas de educação continuada que capacitem os hematologistas em princípios de paliativismo e habilidades de comunicação. É igualmente crucial o desenvolvimento de modelos de cuidado integrado e o planejamento antecipado de cuidados, ações fundamentais para desmistificar os CP e garantir que seus benefícios sejam oferecidos no momento certo aos pacientes e seus familiares.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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