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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S68-S69 (Outubro 2021)
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CRIPTOCOCOSE DISSEMINADA EM LINFOMA NÃO HODGKIN RECIDIVADO: RELATO DE CASO
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HA Castralli, WF Silva, A Zago, G Bellaver, JC Salvador, RF Salles, GB Fischer
Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), Santa Maria, RS, Brasil
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Relatar as alterações hematológicas encontradas em um paciente com linfoma não hodgkin e criptococose disseminada de um hospital universitário no sul do Brasil.

Descrição do caso

Masculino, 68 anos, hipertenso e diabético, procedente de Pinhal Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. Diagnosticado com linfoma não hodgkin tipo folicular em 2018, refratário a R-CVP e R-CHOP, aguardava judicialmente a realização da terceira linha de tratamento após confirmação de recidiva da doença em biópsia de linfonodo cervical de novembro de 2020. Em abril de 2021, é admitido no Hospital Universitário de Santa Maria devido a rebaixamento do sensório, associado a mal estado geral e cefaléia havia 2 semanas. À apresentação, paciente taquidispneico, com sopro cardíaco 3+/6+ audível em todo precórdio e mais intenso em foco mitral. Ausência de meningismo. Exames admissionais evidenciaram hemoglobina 8,7; leucócitos 3160 e plaquetas 66 mil. Prosseguida investigação com tomografia de crânio, a qual não demonstrou alterações, e de abdome, na qual se observaram linfonodomegalias mediastinais, com múltiplos linfonodos axilares à direita e intraperitoneais. Sorologias negativas. Em novos exames laboratoriais, foi observada hemoglobina 7,7; leucócitos 1310 (neutrófilos 419, linfócitos 800); plaquetas 44 mil. Líquor com 81 células/mm3 (94% linfócitos), glicose 113 mg/dL (VR 45 a 75 mg/dL) e proteínas 75.2 mg/dL (VR 20-40 mg/dL). Hemoculturas pareadas e avaliação liquórica confirmaram Cryptococcus neoformans disseminado. Paciente desenvolveu quadro de neutropenia febril, sendo iniciada alta dose de Anfotericina B. Permaneceu com sensório flutuante, confuso, sonolento, realizando abertura ocular ao chamado e respondendo a comandos simples. Micológico de líquor persistia com Cryptococcus neoformans e hemograma com pancitopenia. Apresentou desenvolvimento de lesões genitais sugestivas de herpes e evoluiu com distúrbios hidroeletrolíticos (hipernatremia e hipocalemia) e piora do estado geral. Em 09/05/2021, foi a óbito.

Discussão e conclusão

A criptococose é uma infecção fúngica invasiva bem descrita e facilmente reconhecida quando ocorre como meningite em pessoas infectadas pelo HIV. Neoplasias hematológicas, e seu próprio tratamento imunossupressor, podem conferir maior risco de infecção por Cryptococcus neoformans, entretanto, essa associação é pouco esclarecida pela literatura. A maioria dos casos apresenta curso benigno; no entanto, em ambiente hospitalar, a criptococose parece estar associada a morbi-mortalidade significativa. Como uma infecção oportunista, a criptococose deve ser mantida em mente ao aparecimento de sintomas neurológicos inesperados em pacientes sob quimioterapia, especialmente em pacientes com linfopenia e / ou neutropenia. No presente caso, embora o paciente estivesse fora da terapia imunossupressora, a neoplasia linfoproliferativa recidivada pode ter contribuído para a infecção e disseminação da levedura.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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