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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S955-S956 (outubro 2024)
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HEMO 2024
Páginas S955-S956 (outubro 2024)
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COVID-19 E A PRÁTICA DE HEMOTRANSFUSÃO, ANTES E APÓS A VACINAÇÃO, NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO
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GCN Bezerra, FA Silva, IR Pereira, ADES Cucinelli
Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivo

Analisar a demanda por transfusões de sangue em pacientes com COVID-19, no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), durante a pandemia, e compará-la com o período pós-vacinação.

Material e métodos

Foi realizada uma análise retrospectiva, com dados do sistema informatizado e prontuários do HUAP, para avaliar o total de hemocomponentes transfundidos a pacientes com COVID-19, nos períodos de 2020-2021 (pré-vacinação) e 2021-2022 (pós-vacinação). Este estudo faz parte do projeto “Hematomarcadores na COVID-19”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, do Instituto de Saúde de Nova Friburgo, Universidade Federal Fluminense (CAAE: 34636620.0.0000.5626). Foram analisados dados sobre sexo, idade, comorbidades, tipo sanguíneo, valor de hematócrito, tipo de hemocomponente e quantidade de bolsas transfundidas. Os dados foram expressos como média ±desvio padrão e analisados com o GraphPad Prism 8.0, utilizando o teste t de Student ou o teste de Mann-Whitney , conforme a distribuição das variáveis, com nível de significância adotado de p < 0,05.

Resultados

Foram realizadas 6.719 transfusões de sangue no HUAP, das quais 171 foram em pacientes com COVID-19: 77 (45%) em 2020, 68 (40%) em 2021 e 26 (15%) em 2022. Entre os pacientes, 53% eram do sexo feminino e 47% do masculino, com média de idade de 59 anos (±17,3). A quantidade total de bolsas destinadas a pacientes com COVID-19 foi de 364, com 173 em 2020, 136 em 2021 e 55 em 2022, evidenciando uma redução significativa em 2022. O hemocomponente mais utilizado foi o concentrado de hemácias, predominando o tipo sanguíneo A. A reposição de hemácias foi expressiva em relação aos outros componentes, devido aos baixos níveis de hematócrito nos hemogramas dos pacientes com COVID-19. A maioria destes apresentavam comorbidades, como neoplasias hematológicas e anemia. Em 2022, houve um aumento no número de transfusões por outras causas, sugerindo recuperação das atividades de doação, enquanto as transfusões para pacientes com COVID-19 diminuíram.

Discussão

A COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, rapidamente se tornou uma pandemia devido à sua alta disseminação e letalidade, afetando vários sistemas, incluindo o hematológico. Durante a pandemia, a queda nas doações de sangue impactou os estoques e a disponibilidade de hemocomponentes, exigindo transfusões para pacientes com COVID-19 e aqueles com necessidades regulares. Este estudo mostrou que, em 2020, houve mais transfusões por complicações da COVID-19 do que em 2022, corroborando com outros estudos que indicam que a vacinação reduz, significativamente, o risco de hospitalização e morte, sublinhando a importância das campanhas de vacinação. Em 2022, o aumento geral de transfusões no HUAP, correlaciona-se com a recuperação da confiança nas doações de sangue, enquanto o número de transfusões em pacientes com COVID-19 diminuiu, semelhante aos resultados encontrados por outros pesquisadores.

Conclusão

: A análise dos dados do HUAP revelou uma redução significativa nas transfusões de sangue, em pacientes com COVID-19, de 2020 a 2022, correlacionada ao aumento da vacinação. A recuperação da confiança nas doações de sangue e a melhoria dos estoques contribuíram para o aumento geral das transfusões por outras causas, evidenciando a importância das campanhas de vacinação na mitigação dos impactos da pandemia.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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