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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S179-S180 (outubro 2024)
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COVID-19 - HEMATOLOGIA GERAL
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CORRELAÇÃO ENTRE O TIPO SANGUÍNEO E A SUSCEPTIBILIDADE DE INFECÇÃO PELO SARS-COV-2: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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BLS Boaventura
Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivos

Fazer uma investigação dentre os trabalhos já publicados se o tipo sanguíneo aumenta a susceptibilidade ao desenvolvimento da doença Covid-19, provocada pela SARS-CoV-2. Além disso, se confirmada, investigar em qual ponto da doença essa correlação ocorre.

Material e métodos

Foi feita uma busca sistemática por artigos publicados entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021 nas bases de dados PubMed, Science Direct e LitCovid, utilizando os seguintes descritores: “Covid-19”, “SARS-CoV-2”, “ABO” e “blood group”.

Resultados

Mediante a pesquisa inicial nas 3 bases de dados citadas, o número total de artigos encontrados foi de 186.157. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, o número final de artigos trabalhados foi estabelecido como 44. Dentre os artigos selecionados, 28 deles se classificam como estudos retrospectivos, 6 são revisões bibliográficas, 5 cartas ao editor, 2 estudos de caso controle, um epidemiológico, um de coorte e uma pesquisa baseada em questionário.

Discussão

Das 44 publicações analisadas neste trabalho, 29 alegaram existir algum nível de correlação entre o tipo sanguíneo e a infecção pela Covid-19 e 15 argumentaram contra essa associação. Sobre a Susceptibilidade, a maioria dos trabalhos traz que o tipo sanguíneo A é mais susceptível a ter suas células infectadas pelo vírus e o tipo sanguíneo O possui maiores mecanismos de proteção contra esta entrada. O antígeno A estimula a modulação de receptores contendo ácido siálico na membrana das células por meio de interações carboidrato-carboidrato, o que pode maximizar a ligação da proteína S na membrana celular e consequentemente a sua entrada na célula hospedeira. Além disso, existe uma semelhança estrutural significativa entre a subunidade 1 da proteína S e uma parte do antígeno A das células epiteliais, o que também pode levar a esta interação e influência na susceptibilidade. Já o fator protetivo relacionado ao tipo sanguíneo O vem que ao sair da célula, o vírus utiliza partes da própria membrana da célula hospedeira para criar a sua membrana. Ao fazer isso, ele pode acabar incorporando partes dos antígenos ABO na sua proteína S, criando epítopos. Ao sair desta célula e tentar infectar outras células de outros hospedeiros, estes epítopos podem ser reconhecidos por anticorpos sanguíneos naturais deste novo hospedeiro. Pessoas do tipo O possuem ambos anticorpos Anti-A e Anti-B, tendo maior capacidade de reconhecer estes epítopos em vírus que previamente infectaram indivíduos dos tipos A, B ou AB e agirem como neutralizadores, em um certo nível agindo de maneira protetiva.

Conclusão

Os dados encontrados nos trabalhos contemplados nesta revisão sugerem uma maior susceptibilidade do tipo A à infecção e um maior efeito protetivo tanto na susceptibilidade quanto no desenvolvimento da doença em indivíduos do tipo O. Estas correlações existem, porém não são o suficiente para serem determinantes no processo da infeção pela Covid-19 e necessitam de mais pesquisas para elucidar esta associação e quais os seus mecanismos exatos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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