
Correlacionar as internações hospitalares por embolia e trombose arteriais com as infecções por SARS-Cov-2 no Brasil, através da lista de morbidade do CID-10 (CID 10 - I74) no período de maio de 2020 a maio de 2021.
Materiais e métodosEstudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Morbidade Hospitalar (SIH-SUS) do Ministério da Saúde, tabulados em gráficos e tabelas no programa Microsoft Excel 2016.
ResultadosEntre maio de 2020 e maio de 2021 foram observadas 24.971 internações por embolia e tromboses arteriais, sendo que 23.209 (93%) foi em caráter de urgência. Já entre maio de 2019 e abril de 2020 o número de internações foi de 20.706, valor que entre maio de 2018 e abril de 2019 foi de 20.400.
DiscussãoA infecção por SARS-Cov-2 em pacientes que desenvolvem a forma grave da Covid-19 é associado ao maior risco de formação de coágulos e, consequentemente, de embolias e tromboses. Uma das principais teorias para explicar a associação entre Covid-19 e coagulopatias é que o estado de hiperinflamação provoca uma desregulação nos eventos trombóticos. Desse modo, o aumento de 12% no número de internações por embolia e trombose arteriais observados entre maio de 2020 e maio de 2021 quando comparado ao período de maio de 2019 a abril de 2020 pode ter sido causado pela pandemia da Covid-19 iniciada em março de 2020. Além disso, uma análise retrospectiva mostra que esse aumento foi o maior em números absolutos nos últimos cinco anos.
ConclusãoÉ possível notar o aumento do número de casos de embolias e tromboses arteriais no contexto pandêmico, corroborando com os estudos que associam a Covid-19 com os distúrbios da coagulação.