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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S523 (Outubro 2023)
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CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA EM PRODUTOS DE CÉLULAS PROGENITORAS HEMATOPOIÉTICAS E MONONUCLEARES: ANÁLISE DE 631 CASOS
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BCC Oliveira, AB Castelhano, NMF Alves, LS Santos, NRS Remigio, M Valvasori, AM Souza, LFF Dalmazzo
Laboratórios de Criopreservação – Grupo Gestor de Serviços de Hemoterapia (Grupo GSH), Brasil
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Introdução

Há grande preocupação acerca da contaminação microbiológica de produtos de Células Progenitoras Hematopoiéticas (CPH) e Células Mononucleares (CMN) obtidas de Sangue Periférico por aférese ou diretamente da Medula Óssea. A contaminação pode ocorrer em diversos pontos críticos, desde a coleta até o processamento e infusão. As consequências clínicas não são totalmente conhecidas (Vanneaux, V. et al., 2007).

Objetivo

Analisamos a contaminação microbiológica de 631 produtos de CPH e CMN processados nos Laboratórios de Criopreservação do Grupo GSH, nas cidades de São Paulo, Natal e Brasília, e seu desfecho clínico após a infusão.

Material e métodos

Foram avaliadas as coletas de CPH e CMN processadas nos Laboratórios de Criopreservação do Grupo GSH, em São Paulo, Natal e Brasília, no período entre Março de 2021 a Julho de 2023.

Resultados e discussão

Fizeram parte do estudo 631 produtos processados. No laboratório de São Paulo, houve 293 processamentos e apenas 2 produtos com contaminação microbiana, sendo 1 produto de 2021 de CPH de sangue periférico (2°dia de coleta), doador autólogo masculino, ainda sem infusão, Microrganismo (MO) identificado Staphylococcus epidermidis, somente a amostra PRÉ manipulação foi positiva. Em 2023 obtivemos o mesmo MO em ambas amostras PRÉ e PÓS manipulação, em coleta de CPH de sangue periférico, doador autólogo masculino, o produto foi criopreservado e infundido sem intercorrências. Vale ressaltar que as amostras das Soluções Crioprotetoras tiveram resultados negativos. No laboratório de Natal, foram processados 281 CPHs e CMNs e 5 produtos apresentaram contaminação microbiana, sendo 4 produtos de CPH de sangue periférico em 2022, doadores autólogos masculinos, MOs identificados Staphylococcus epidermidis (2) e Staphylococcus aureus (2), ambas amostras PRÉ e PÓS manipulação foram positivas. Dois pacientes receberam os produtos contaminados e não apresentaram complicações. Em 2023 obtivemos o MO Enterobacter cloacae nas amostras PRÉ e PÓS manipulação, em CPH de sangue periférico, doador autólogo feminino, o produto foi criopreservado e permanece armazenado. As amostras das Soluções Crioprotetoras também apresentaram-se negativas. Já em Brasília não houve nenhum caso de contaminação microbiana, 57 produtos foram processados, 31 de doadores masculinos e 26 femininos.

Conclusão

De acordo com a literatura, cerca de 2,1% dos produtos de CPH e CMN apresentam culturas microbiológicas positivas (Kamble, R. et al., 2005). Nossos dados demonstraram menor incidência, de apenas 0,68% para São Paulo e 1,78% para Natal. Nos pacientes transplantados com estes produtos, as complicações clínicas relacionadas foram pouco ou nada significativos. Porém, a contaminação microbiológica continua sendo indesejada. A utilização de técnicas assépticas, procedimentos validados e padronizados e treinamento da equipe são etapas fundamentais para minimizar quaisquer tipos de contaminação e garantir a qualidade dos processos. Mesmo que a maioria dos MOs isolados não tenham sido considerados altamente patogênicos, o uso de antibióticos profiláticos de amplo espectro em pacientes transplantados pode ser recomendado.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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