HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO Comitê Transfusional (CT) é um órgão consultivo e educativo fundamental para otimizar o uso dos hemocomponentes e reduzir riscos para os pacientes que necessitam da assistência hemoterápica nas instituições de saúde. Para o levantamento de dados e promoção das melhorias, o CT utiliza a ferramenta de auditoria de prontuário que revisa a quantidade e qualidade dos registros, sendo um deles os critérios médicos relacionados às informações contidas na requisição transfusional, que deve estar em consonância com as exigências da Portaria de consolidação n° 5 de 28 de setembro de 2017 (anexo IV), para que haja informações suficientes para a transfusão correta e identificação segura do receptor.
ObjetivosComparar a efetividade do cumprimento dos critérios médicos avaliados em requisições transfusionais auditadas em prontuário de duas grandes instituições de saúde, a fim de evidenciar o método utilizado que cumpre todos os requisitos contidos na legislação.
Material e métodosTrata-se de um estudo de análise quantitativa comparativa de dados obtidos a partir da auditoria mensal de 20% dos prontuários de pacientes transfundidos de duas instituições de saúde no ano de 2024. Para coleta de dados foram analisadas nas requisições transfusionais a presença dos critérios médicos, sendo eles: identificação do paciente, classificação, diagnóstico, indicação clínica, antecedentes transfusionais e resultados de exames. Por motivos éticos e de confidencialidade os nomes das instituições não serão divulgados, sendo referidos como Hospital “A” e Hospital “B”.
ResultadosNo ano de 2024 foram auditados 86 prontuários do Hospital A, que utiliza método manual de requisição, e 132 prontuários do Hospital B, que utiliza método eletrônico. A média anual de conformidade do Hospital A, relacionada ao registro na requisição transfusional da identificação do paciente foi de 85%, diagnóstico 73%, indicação clínica 92%, classificação transfusional 98% e antecedentes transfusionais 48%. O Hospital B alcançou 100% de conformidade em todos os requisitos auditados.
Discussão e conclusãoAs requisições transfusionais devem ser feitas em formulário específico com dados que contemplem a transfusão segura. Os critérios avaliados são obrigatórios de preenchimento e a ausência destes não deve ser aceita pelos serviços de hemoterapia. A identificação incorreta do paciente é uma das principais causas de erros transfusionais graves, por isso é imprescindível o registro completo dos dados do paciente na requisição. O diagnóstico, indicação clínica, classificação e antecedentes transfusionais, contemplam requisitos de decisão terapêutica segura e racional. O Hospital A apresenta oportunidades de melhorias em comparação com Hospital B, principalmente nos critérios de reconhecimento dos antecedentes transfusionais, diagnóstico e identificação segura. Conclui-se que o método eletrônico de requisição transfusional demonstra maior efetividade e segurança em relação ao método manual, pois ele permite a criação de campos padronizados e obrigatórios de preenchimento, o que garante registro seguro e presença de informações essenciais, além de possibilitar a criação de barreiras em sistema para justificar solicitações transfusionais quando o quadro clínico do paciente a ser transfundido não se adequar aos protocolos. A adoção deste método não é apenas uma questão de modernização tecnológica, mas um compromisso com a segurança do paciente, melhoria da eficiência e qualidade em saúde.




