Objetivo: Avaliar a coexistência de aloimunização eritrocitária e leucocitária em candidatos a transplante renal. Métodos: Estudo retrospectivo, com uso de banco de dados, em que foi avaliada a presença de anticorpos anti-eritrocitários em 48 pacientes com sensibilização HLA Classe I e/ou II. A pesquisa de anticorpos anti-HLA foi realizada pela tecnologia LabScreen/Luminex, por ensaio misto (Mixed) e valores de intensidade de imunofluorescencia acima de 300 foram considerados como positivos. A identificação de anticorpos irregulares foi feita para os casos com pesquisa de anticorpos irregulares positivos (PAI), através de técnica em gel (Grifols). Resultados: A idade média foi de 41,9±16,5 anos, sendo 56,3% de pacientes do sexo feminino e 43,8% do sexo masculino. Do total, 39,6% (19) possuíam um transplante prévio e 6,3% (3) eram retransplantes. Sensibilização HLA apenas de Classe I occoreu em 62,5% (30) dos casos, 18,8% (9) apenas para classe II e 18,8% (9) para Classe I e II. Três pacientes (6,25%) tinham PAI positivo tendo sido identificados os anticorpos: Anti-E, Anti-D e anti-Lewis-b. Todas pacientes com aloimunização eritrocitária eram do sexo feminino e possuíam anti-HLA de classe I (duas para classe I e uma para classe I e II). Discussão: A aloimunização, tanto eritrocitária quanto anti-HLA, pode occorrer naturalmente durante a gestação ou por exposição a antígenos em transfusões ou transplantes. Sua presença pode causar desfechos desfavoráveis, como reações hemolíticas ou mesmo dificultar nas buscas de um órgão. Nossa população de estudo é relativamente jovem, com predomínio feminino e a maioria com anticorpos anti-HLA de classe I. O HLA de classe I é expresso por todas células nucleadas e plaquetas, o que justifica a maior frequencia encontrada de anticorpos anti-HLA de classe I. Dos anticorpos anti-eritrocitários, dois pertenciam ao sistema Rh. Há poucos estudos envolvendo sensibilização eritrocitária e anti-HLA. Isoladamente, a presença de anticorpos anti-HLA pode causar uma maior necessidade de imunossupressores e até mesmo a perda do enxerto. Conclusão: A coexistência de aloimunização leucocitária e eritrocitária em candidatos a transplante renal é uma realidade que pode prejudicar e até mesmo atrasar o encontro de um órgão compatível. A exposição gestacional é inevitável, mas medidas de prevenção como uso de filtros de leucócitos, especialmente pré estocagem, e técnicas que aumentem a compatibilidade, como a genotipagem dos sistemas dos grupos sanguíneos e transfusões fenótipo compatíveis podem diminuir a aloimunização nesses pacientes.
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