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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3312
Acesso de texto completo
CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE TÍTULO E CLASSE DE ANTICORPOS ANTI-A E ANTI-B NO SORO DE PACIENTES POLITRANSFUNDIDOS PORTADORES DE ANEMIA FALCIFORME NA FUNDAÇÃO HEMOAM
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AN Fujimotoa, AL Silva-Júniorb, FLO Gomesc, BMd Loureirod, JSV Campeloc, ACS Castroe, SRL Albuquerquef, JPM Netoa, MR Nascimentoa
a Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Amazonas (HEMOAM), Manaus, AM, Brasil
b Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
c Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Manaus, AM, Brasil
d Faculdade Metropolitana de Manaus (FAMETRO), Manaus, AM, Brasil
e Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil
f Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Amazonas (HEMOAM), Manaus, AM, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A anemia falciforme (AF) é uma hemoglobinopatia hereditária caracterizada pela substituição da cadeia beta da hemoglobina, levando à formação da hemoglobina S. A polimerização dessa hemoglobina, especialmente em hipóxia, deforma as hemácias, favorecendo crises vaso-oclusivas e anemia hemolítica crônica. O tratamento para crises agudas é a transfusão sanguínea, comum nessa população, tornando-os politransfundidos e aumentando o risco de reações transfusionais. Entre os fatores associados, destacam-se os anticorpos naturais anti-A e anti-B, sobretudo da classe IgG, que podem provocar hemólise e formação de imunocomplexos, especialmente em transfusões heterogrupo. Considerando a prevalência de O⁺ no Amazonas e a escassez de bolsas isogrupo, torna-se essencial compreender o perfil de classe e título desses anticorpos para aprimorar a segurança transfusional.

Objetivos

Determinar os níveis e a classe dos anticorpos anti-A e anti-B em pacientes politransfundidos com AF, correlacionando-os com o risco de reações transfusionais, a fim de subsidiar estratégias mais seguras de seleção e distribuição de hemocomponentes.

Material e métodos

Estudo observacional, transversal, realizado entre agosto/2024 e julho/2025, com 78 pacientes com AF (HbSS, HbSC ou HbSβ-talassemia). Amostras de plasma foram submetidas à titulação de anti-A e anti-B por diluições seriadas em tubo, classificação imunoglobulínica com Ditiotreitol (DTT) e avaliação de imunocomplexos. Dados analisados em Microsoft Excel e GraphPad Prism.

Resultados

O grupo O foi o mais prevalente (61,5%), seguido de A (24,3%). A maioria (91,0%) apresentou anticorpos IgG ou IgG associados a IgM; 1,3% apresentou apenas IgM. Doze amostras (15,4%) tiveram títulos elevados (>1:256), todas IgG, predominando no grupo O⁺ (91,7%). Entre estes, 75% eram menores de 18 anos e 58,3% do sexo masculino. Discussão e

Conclusão

A predominância de IgG e a ocorrência de títulos elevados em indivíduos O⁺ indicam exposição antigênica repetida e comutação de classe, compatíveis com o histórico transfusional desses pacientes, elevando o risco de hemólise mediada por imunocomplexos e ativação do complemento em transfusões heterogrupo, sobretudo com plaquetas e componentes ricos em plasma. A maior frequência de títulos altos em jovens e no sexo masculino pode refletir maior vigor imunológico ou maior carga transfusional precoce. Recomenda-se triagem rotineira de títulos anti-A/anti-B antes de transfusões não isogrupo, priorização de componentes ABO-idênticos ou com redução de plasma, uso restrito de “O de baixo título” em heterogrupo e re-titulação periódica, dado que os títulos variam ao longo do tempo. Apesar do delineamento transversal e da ausência de subtipagem de IgG, os achados reforçam a importância do monitoramento regular e da adoção de critérios rigorosos para seleção de hemocomponentes, visando maior segurança transfusional nessa população.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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