Introdução: Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma doença mieloproliferativa clonal relacionada com uma anomalia genética adquirida e está associada à presença do cromossomo Philadelphia. Clinicamente, costuma ser assintomática, e geralmente diagnosticada na fase crônica durante exames de rotina. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a doença evolui lentamente, porém de forma progressiva e ocorre em três fases: fase crônica, fase acelerada e crise blástica. Objetivo: Analisar o perfil, manifestações clínicas e laboratoriais, tipo de tratamento realizado e evolução dos pacientes com leucemia mielóide crônica atendidos na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). Material e métodos: Estudo de coorte retrospectivo de base hospitalar e ambulatorial realizado através da coleta e análise dos dados secundários. A população do estudo foi constituída por 349 pacientes com diagnóstico de LMC, atendidos no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2018. A amostra foi de conveniência. Foram analisados 105 (30%) prontuários que estavam de acordo com os critérios de inclusão estabelecidos. A coleta de dados foi realizada no período de junho a agosto de 2019. O estudo foi aprovado pelo CEP-Hemope Parecer n. 3.218.974. Resultados: 1. Características sociais e demográficas: Verificamos que a maioria era do sexo masculino 61(58%), cor parda 85(81%) e procedente de Recife 51(48,5%); média de idade 46 ± 16,5 anos, faixa etária ampla (18 a 87 anos). Observamos um aumento da prevalência na faixa de 18 a 30 anos 23 (22%). 2. Manifestações clínicas e laboratoriais ao diagnóstico: A citogenética foi utilizada em 83 (79%) dos pacientes para o diagnóstico diferencial e a identificação dos transcritos de BCR-ABL em 22 (21%). A maioria foi diagnosticada durante a fase crônica 97 (92,4%), apresentava anemia 85 (81%), plaquetas elevadas 49 (47%) ou normais 46 (44%), leucocitose 103 (98%), esplenomegalia 81 (77%). 3. Terapia Farmacológica e Transplante de Células Tronco-Hematopoiéticas: A maioria realizou tratamento com mesilato de imatinibe 61 (58%); apenas 2 (1,9%) realizaram transplante 4. Evolução dos casos: Verificamos que 96 (91,4%) permaneceram na fase crônica; apenas 8 (7,6%) evoluíram para fase blástica, dos quais 6 (75%) evoluíram para linhagem mielóide e 2 (25%) para linhagem linfoide. Constatamos 12 (11,4%) de óbitos, destes, 8 (67%) encontravam-se na crise blástica. Discussão: A terapia padrão utilizada para o tratamento da LMC é realizada com mesilato de imatinibe um inibidor da tirosina-quinase que apresenta alto potencial inibitório do gene BCR-ABL, sendo assim capaz de controlar a doença a longo prazo promovendo uma melhor qualidade de vida aos pacientes. Nos casos em que os pacientes apresentam resistência ao inibidor de primeira geração ou alterações cromossômicas adicionais, há a substituição por um inibidor da tirosina-quinase de segunda geração, como o dasatinibe e o nilotinibe. Conclusão: Verificamos que a maioria permaneceu na fase crônica da doença, apenas 7,6% evoluíram para fase blástica e 11% tiveram óbito. Este estudo consiste num ponto de partida para realização de mais estudos sobre o tema, pois sua análise em base populacional contribui para a descrição do comportamento da doença e dos fatores prognósticos a ela relacionados. Fazem-se necessárias mais pesquisas para melhor caracterização em todo território nacional.
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