HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA doação de sangue é um procedimento essencial para a manutenção dos sistemas de saúde, sendo vital para tratamentos médicos, cirurgias e emergências. No Brasil, embora exista uma estrutura organizada para a coleta e distribuição de hemocomponentes, a taxa de doação ainda é considerada insuficiente, correspondendo a aproximadamente 1,8% da população, abaixo dos 2% recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Diversos fatores influenciam a decisão de doar sangue, incluindo aspectos culturais, logísticos, educacionais e psicológicos.
ObjetivosAnalisar as principais barreiras e facilitadores para a doação de sangue no Brasil, com base em evidências científicas publicadas nos últimos 5 anos, visando propor estratégias para aumentar a captação de doadores.
Material e métodosFoi realizada uma revisão narrativa da literatura, com busca nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS, utilizando os descritores "doação de sangue", "barreiras", "facilitadores" e "Brasil". Foram incluídos artigos publicados entre 2019 e 2024, em português e inglês, que abordassem fatores influenciadores da doação de sangue no contexto brasileiro.
Discussão e conclusãoDentre as principais barreiras identificadas, destacam-se: falta de informação sobre o processo de doação, medo de agulhas ou reações adversas, restrições horárias e logísticas, e mitos culturais. Além disso, a desconfiança no sistema de saúde e a falta de incentivos foram mencionados como fatores desmotivadores. Por outro lado, os principais facilitadores incluem: campanhas educativas, que aumentam a conscientização; facilidade de acesso, como unidades móveis e horários estendidos; reconhecimento social, como certificados de doador frequente; e experiências positivas prévias, que encorajam a repetição do gesto. Estratégias baseadas em redes sociais e parcerias com empresas também se mostraram eficazes. A doação de sangue no Brasil enfrenta desafios multifatoriais, mas intervenções direcionadas podem aumentar a participação populacional. Campanhas educacionais, maior acessibilidade aos locais de coleta e a desconstrução de mitos são estratégias essenciais para promover a doação voluntária. Políticas públicas devem priorizar a aproximação entre hemocentros e a população, garantindo um suprimento sanguíneo adequado e contínuo.
Referências:
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