
Analisar o desempenho neurocomportamental de crianças com doença falciforme. Levantar estudo bibliográfico sobre as principais funções cognitivas (atenção/função executiva, aprendizagem e memória, linguagem, processamento visoespacial) e possíveis dificuldades comportamentais, bem como analisar através de uma abordagem bibliográfica os resultados da pesquisa com variáveis sociodemográficas e clínicas provocadas pela doença falciforme.
Material e métodoTrata-se de uma revisão de literatura sobre possíveis prejuízos cognitivos de crianças com DF quando submetidas a avaliações neuropsicológicas. Os critérios de inclusão utilizados para a seleção dos estudos foram textos que: apresentam referência direta ao tema “A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM PESSOAS COM DOENÇA FALCIFORME”. Publicados entre os anos de 2015 e 2020; Apresentam a realidade brasileira; Possuem referencial teórico da área de Psicologia e Neuropsicologia; Trabalham o processo de avaliação neuropsicológica em crianças com quadro clínico de DF.
ResultadosOs resultados verificados nas pesquisas destaca-se que a maioria dos pacientes de DF são negros, com alta probabilidade de prejuízo cognitivo devido a baixa hemoglobina, ou seja diminuição do transporte de oxigênio aos órgãos. Sendo o doppler transcraniano um exame para avaliar precocemente as possíveis alterações neurológicas, consequentemente os déficits neurocognitivos.
DiscussãoA doença falciforme é uma das doenças genéticas hereditárias mais comuns, onde ocorre alteração dos glóbulos vermelhos, transformando-se em formato de foice, dificultando o transporte de oxigênio para órgãos e tecidos, portanto é fator de risco potencial para déficits no desenvolvimento neurocognitivo e psicossocial. Deste modo, as avaliações neuropsicológica e comportamental periódicas de crianças falcêmicas são medidas úteis para diminuir repercussões biopsicossociais em longo prazo, por propiciar indicação para participação de programas reabilitação e inclusão escolar, contribuindo para um desenvolvimento psicossocial mais favorável. Tal condição será possível a partir da definição de protocolos de acompanhamento neurocognitivo e consolidação da avaliação neuropsicológica como parâmetro no acompanhamento das crianças com esta doença.
ConclusõesConclui-se que atuação de psicólogos junto as pessoas com DF, monitorando o desenvolvimento psicoafetivo e comportamental, com orientações para suporte familiar, habilitando os pais a observar e cuidar dos aspectos emocionais destas crianças, além do acolhimento das demandas familiares motivadas pelo estresse inerente à DF, por se tratar de doença grave e crônica. Medidas simples como a elaboração de recomendações e orientações para o Hematopediatra podem auxiliar no monitoramento do desenvolvimento dos aspectos cognitivos e comportamentais dos pacientes falcêmicos, desde o início do tratamento, evitando ou minimizando possíveis prejuízos a longo prazo. Até a presente data ainda existem muitas lacunas no conhecimento dos aspectos cognitivos de crianças com DF. Fatores de risco, preditivos, perfil neuropsicológico ainda estão em estudo para a definição de consensos. Novos campos de investigação podem ser abertos utilizando-se a avaliação neuropsicológica. Pesquisas para analisar se a queda do desempenho cognitivo pode ser um marcador para o momento de realização de hemotransfusão, ou, da correlação e revisão de pontos de classificação das velocidades de fluxo sanguíneo cerebral são sugeridas.