HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO Linfoma Hodgkin (LH) é um tipo de câncer linfoide com presença de células malignas de Reed-Sternberg (H-SR) juntamente de células inflamatórias, sendo necessário o histopatológico para diagnóstico. Pode se manifestar com linfadenopatia indolor, perda de peso, prurido, febre e suores noturnos. O tratamento é feito em base de quimioterapia e/ou radioterapia.
ObjetivosAnalisar os casos de Linfoma Hodgkin a partir do sexo, faixa etária e estadiamento no Brasil e em suas regiões: norte, nordeste, centro-oeste, sul e sudeste, nos anos de 2020 a 2024.
Material e métodosTrata-se uma pesquisa epidemiológica, retrospectiva e descritiva, realizada através do painel-oncologia DATASUS com dados do período de janeiro de 2020 a dezembro de 2024. A coleta de dados foi realizada a partir das variáveis de interesse: “sexo”, “idade”, “estadiamento”, “região de saúde” com CID-10 para “Doença de Hodgkin”.
Discussão e conclusãoEntre 2020 e 2024, foram 11357 diagnósticos, a faixa etária mais diagnosticada foi a região entre 20-24 anos (1550) seguido de 25-29 anos (1505 casos), com os casos diminuindo progressivamente de acordo com o aumento da idade, exceto entre 60-64 anos com um pequeno pico de novos casos, mostrando sua incidência bimodal. A região sudeste se sobressai à todas pela quantidade de diagnósticos, nesse mesmo período foram 5,69 casos a cada 100.000 habitantes (5049), enquanto a região norte foram 3,71 casos/100.000 habitantes (643), a região nordeste de 4,6/100.000 (2641), centro-oeste 4,74/100.000 e a região Sul 7,23/100.000 (2251). Assim, conseguimos enxergar que a região norte tem maiores dificuldades de diagnóstico, provavelmente pela maior dificuldade de acesso à área de saúde e exames confirmatórios. É esperado que o sudeste tenha maior quantidade de casos absoluto por ano devido à sua população. No período de 2020 a 2024, 53,86% dos pacientes diagnosticados foram do sexo masculino enquanto 46,14% foram do sexo feminino, o que condiz com a literatura quanto a maior prevalência em homens. Quanto ao estadiamento nesse período, na região norte 35,6% estavam em estágios iniciais da doença, 41,6% em intermediário e 11,6 em estágios avançados do linfoma. Na região nordeste 23,2% estavam em início, 49,5% em intermediário e 15,5% em avançados. No centro-oeste 18,24 estavam em estágio inicial, 25,9% em intermediário e 24% em avançados. No Sudeste foram 30,6% iniciais, 31,2% intermediário e 17% em avançados. Por fim, no Sul foram 32,2% em estágios iniciais, 32,7% em intermediário e 23,4% em estágios avançados. Importante ressaltar que 1779 casos (15,6%) não foram preenchidos quanto ao estadiamento, o que prejudica nossa avaliação. Conseguimos concluir que o Brasil segue a literatura quanto a prevalência bimodal, apesar da doença de Hodgkin ser mais presente nos jovens, e em sexo. Porém, vemos a diferença de diagnósticos pela região, o que possivelmente é causada pela desigualdade na área da saúde. Logo, A análise do perfil epidemiológico do linfoma de Hodgkin no Brasil entre 2020 e 2024 evidencia tendências que podem refletir mudanças no padrão de ocorrência, no acesso ao diagnóstico e no tratamento da doença. Esses achados reforçam a importância de vigilância epidemiológica contínua e de estratégias que ampliem o diagnóstico precoce, garantindo intervenções terapêuticas mais efetivas e melhoria dos desfechos clínicos.




