Objetivo: O propósito deste estudo foi avaliar cardiotoxicidade em pacientes com linfomas de Hodgkin e Não Hodgkin submetidos a tratamento quimioterápico em primeira linha. Metodologia: Trata-se de delineamento de coorte prospectivo de pacientes diagnosticados com linfoma em tratamento quimioterápico. A mediana de idade foi de 49 anos. Foram analisados nove pacientes. Destes, sete tinham Linfoma Não Hodgkin e dois Linfoma de Hodgkin. A dose de antraciclina variou de 252 a 347 mg/m2 e a dose máxima de ciclofosfamida foi de 105 mg/kg. Os fatores de risco avaliados para o desenvolvimento de disfunção cardíaca foram: idade avançada, radioterapia, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), dislipidemia, obesidade e tabagismo. Ecocardiograma transtorácico em tempos padronizados foi realizado antes de cada ciclo de quimioterapia e após o término do protocolo sempre com o mesmo aparelho e também executado pelo mesmo cardiologista, analisados o Strain Longitudinal Global (GLS), massa do ventrículo esquerdo, espessura relativa do ventrículo esquerdo, fração de ejeção por Teichholz, por Simspon, velocidades E, A, e’ (lateral e septal), a’mitral, relação E/A e E/e’. Os critérios para classificação de cardiotoxicidade foram a redução da fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) ≥10% e a redução >15% do GLS em relação ao valor basal. Resultados e discussão: Dos nove (100%) pacientes avaliados, quatro (44,4%) apresentaram redução da FEVE >10% em relação ao valor basal (média 6,4%). Foi possível analisar a mensuração da deformidade miocárdica pelo método speckle tracking (GLS) em cinco (55,5%) pacientes. Destes, quatro (80%) apresentaram redução do Strain >15%, (média 18%) sendo que três destes pacientes apresentaram redução da FEVE concomitantemente. Nenhum deles apresentou disfunção diastólica ou elevação da pressão arterial. Cardiomiopatia subclínica foi definida quando presentes os critérios para a classificação de cardiotoxicidade já citados sem sinais clínicos de Insuficiência Cardíaca (IC). Seis (66,6%) pacientes apresentaram cardiomiopatia subclínica. Em relação aos fatores de risco a análise multivariada não mostrou correlação significativa entre idade avançada, sexo masculino, excesso de peso e comorbidades prévias. Conclusão: O presente estudo foi capaz de identificar alterações subagudas em pacientes de baixo e alto risco que receberam doses inferiores aos valores cardiotóxicos definidos pela literatura, de antraciclina (>400 mg/m2) e de ciclofosfamida (>140 mg/kg). Cardiomioatia subclínica foi identificada em 66,6% da população estudada, o que reforça a necessidade de estudos randomizados e estratégias para detecção precoce de IC em pacientes submetidos ao tratamento antineoplásico. O Strain se mostrou o fator preditor de maior importância para cardiotoxicidade, é um método sensível e não-invasivo na detecção precoce de lesão miocárdica e pode ser útil na estratificação de risco destes pacientes.
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