
Avaliar o perfil de inaptidão sorológica do Serviço de Hemoterapia no período de 2018 a 2022, comparar com a base de dados nacional e levantar os possíveis fatores interferentes.
MétodoFoi feito um estudo retrospectivo com os dados obtidos através da análise estatística anual do sistema informatizado Hemovida no período de 01/02/2018 a 31/12/2022. Os dados foram comparados com a base de dados Nacional e da região sudeste do Brasil de acordo com o 9º Boletim de Produção Hemoterápica – HEMOPROD 2020. Estes dados foram correlacionados com os registros de validações, não conformidades, registros da captação e da triagem clínica.
ResultadosO Hemonúcleo reabriu suas portas em 20/02/2018 após dois anos de interdição para obras, período de treinamentos e ajustes. No período de 20/02/2018 a 31/12/2022 foram testadas 16.342 amostras. A taxa de inaptidão sorológica reduziu de 2018 até 2022 sendo respectivamente, 8,86% (2018), 7,53% (2019), 6,51% (2020), 4,60% (2021) e 4,49% (2022). Como resultado, de 2018 a 2022 houve uma redução de 4,37% na taxa de inaptidão em sorologia e a aptidão acumulada do período foi de 94%. As menores taxas de doenças transmissíveis pelo sangue foram registradas em 2022. Sífilis e Hepatite B (anti-HBc) são as doenças mais prevalentes (2,45% e 1,31%, respectivamente), seguido do HCV (0,35%). As taxas registradas no Brasil através do HEMPROD 2020 no âmbito nacional e do sudeste são respectivamente: Sífilis 1,08% e 1,38%, anti-HBc 1,06% e 1,01%, e anti-HCV 0,22% e 0,19%. As demais doenças infeciosas analisadas: HIV, HTLV, Chagas e Hepatite B (HBsAg) apresentaram taxas menores que as médias nacionais e da região sudeste. Os fatores que contribuíram para a redução das taxas de inaptidão sorológica foram: validação dos tubos de coleta de sangue e treinamento sobre o manuseio dos tubos de coleta; desenvolvimento de trabalho em parceria com a assessoria científica e aprimoramento do desempenho da plataforma de imunoensaio automatizado de quimiluminescência; estruturação do setor de captação de doadores com equipe especializada da enfermagem; treinamento do setor de triagem clínica do doador, trazendo um doador mais consciente sobre a importância das informações prestadas.
ConclusãoApós a reabertura do Hemonúcleo observamos que as taxas de inaptidão sorológica do HFSE estão reduzindo progressivamente e encontram-se cada vez mais próximas às taxas de inaptidão nacionais. Podemos concluir que o acompanhamento realizado durante esse período foi de extrema importância na identificação dos aspectos que influenciaram diretamente na redução das taxas de inaptidão sorológica do HFSE e das oportunidades de melhorias.