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Informação da revista
Vol. 42. Núm. S2.
Páginas 429 (novembro 2020)
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719
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AVALIAÇÃO DE VARIÁVEIS PRÉ-ANALÍTICAS E ANALÍTICAS DA DOSAGEM DA PROTEÍNA S LIVRE
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1912
P.N. Paschoalina,b,c, A.A. Garciaa,b,c, S.V. Cervoc
a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP, Brasil
b Hospital de Base de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, SP, Brasil
c Hemocentro de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, SP, Brasil
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Objetivo: Comparar os resultados da dosagem de Proteína S livre realizada imediatamente (T0) após a coleta e depois de 2, 7 e 14 dias de estocagem a -20°C. Determinar valores do intervalo de referência da normalidade para a dosagem de proteína S livre pelo método imunoturbodimétrico, em amostras estocadas a -20°C, na população de São José do Rio Preto e região. Comparar resultados de amostras armazenadas a -20°C por até 7 dias com amostras armazenadas a -80°C por 6 meses. Materiais e métodos: Foram coletadas amostras de sangue de 157 doadores voluntários, no Hemocentro de São José do Rio Preto, que seguiam os critérios da portaria n° 158 do Ministério da Saúde, excluindo os que estavam em uso de terapia hormonal ou tinham cessado o hormônio há menos de 3 meses. Os plasmas pobres em plaquetas de 20 amostras foram avaliados em diferentes tempos de armazenagem (T0: até 4 horas da coleta à temperatura de 15̊ a 22°C; T1: 48 horas a -20°C; T2: 7 dias a -20°C; T3: 14 dias a -20°C). Após validação das condições e tempo de armazenamento, 133 amostras armazenadas a -20°C por 7 dias foram utilizadas para determinar o valor de referência da proteína S livre nesta população. Em um subgrupo de 95 amostras foram comparados os resultados obtidos com o armazenamento a -20°C por 7 dias e a -80°C por 180 dias. O método utilizado para dosagem de proteína S livre será o imunoturbodimétrico (Kit STA® – Liatest®Free Protein S, Diagnostica STAGO,Inc), realizado no aparelho, STA Compact Max® (Diagnostica STAGO, Inc). Resultados: Os resultados da dosagem da Proteína S apresentaram os seguintes valores da média (desvio-padrão) para T0, T1, T2 e T3 foram, respectivamente: 101% (23,4), 101% (24,1), 104,7% (27,2) e 106,1% (28,2). Na comparação entre cada um dos tempos com o T2 (7 dias), que foi o escolhido para determinar o intervalo de referência da normalidade, não houve diferença estatística significante (T0 e T2: p =0,21, Wilcoxon; T1 e T2: p=0,12; T2 e T3: p=0,39, Test t). O valor de referência encontrado entre as 133 amostras armazenadas por 7 dias a -20°C corresponde ao intervalo de 60 a 153 (média 106,8 ± 2 DP 23,21). A comparação entre 93 amostras a -20°C por 7 dias e a -80°C por 180 dias, mostrou diferença significativa entre os modos de armazenamento (p=0,0019, teste t). Discussão e conclusão: A proteína S é uma proteína plasmática, dependente da vitamina K, com função anticoagulante, por atuar como cofator da proteína C ativada, na inativação dos fatores V e VIII. Por ser uma proteína lábil, pode sofrer rápida degradação, dependente de tempo de processamento e temperatura de armazenamento da amostra. Assim como, por diferentes métodos de análise. Frente ao relevante significado clínico de sua dosagem reduzida, é recomendado que cada laboratório estabeleça seus próprios valores de referência para conduzir a investigação clínica adequadamente. Em nosso laboratório, a dosagem de Proteína S livre poderá ser realizada em amostras armazenadas por até 14 dias a -20°C com segurança na qualidade e sem impacto no resultado. Porém, devemos evitar a realização do teste em amostras armazenadas a -80°C por 6 meses, especialmente, em paciente com forte suspeita clínica de deficiência de proteína S livre. Além disso, o valor de referência encontrado para a dosagem de proteína S livre na população estudada é de 60% a 153%, diferente do fornecido pelo fabricante do teste, reforçando a ideia de que cada população deveria ter esta determinação própria.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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