
Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos ao procedimento de aférese terapêutica em um serviço de hemoterapia do norte do Rio Grande do Sul-BR, incluindo a análise de dados como o número de procedimentos realizados e as indicações para tal procedimento.
Material e métodosForam incluídos no estudo, todos os paciente que realizaram o procedimento de aférese terapêutica, no período de março de 2020 a março de 2022. Os dados foram coletados através dos prontuários eletrônicos dos sistemas E-delphyn e Tasy.
ResultadosNo período de 01 de março de 2020 a 01 de março de 2022, 24 pacientes passaram pelo procedimento de aférese terapêutica serviço. Dentre esses pacientes, 14 eram do sexo feminino e 10 do masculino. A média de idade geral foi de 49.04 anos (±17.7), sendo 49.5 anos (±17.1) para mulheres, e 48.3 anos (±19.5) para homens. A média de sessões do procedimento para tratar sua indicação por gênero foi de 5.1 sessões por paciente, sendo 5.6 sessões para o gênero masculino e 4.7 para o feminino. As indicações de plasmaférese do total de pacientes, o diagnóstico mais comum encontrado foi de Síndrome de Guillain Barré (SGB) sendo um total de 11 casos, seguido por Miastenia Gravis (MG) 6 pacientes acometidos. Nos casos de SGB, a média de sessões para tratamento foi de 5.09 sessões, e para Miastenia Gravis foi de 4.5 sessões. As demais patologias foram de 1 caso para Síndrome Antifósfolípide, Mielite Transversa Aguda, Vasculite Associada ao ANCA, Esclerose Múltipla, Polineuropatia inflamatória desmielinizante crônica, Gangliopatia sensitiva e Púrpura Trombocitopênica Trombótica.
DiscussãoA plasmaférese continua sendo uma opção terapêutica eficiente no tratamento de diversos quadros hematológicos, neurológicos e imunológicos. Apesar dos efeitos adversos, a adoção de critérios importantes se torna necessária como: retirada de mediadores de processos patológicos, como anticorpos e imunocomplexos autólogos, tais substâncias são minimamente grandes para não poderem ser removidas através de outras técnicas. Quanto aos quadros mais frequentes no nosso serviço, consta no ASFA (American Society for Apheresis - 2019), que o grau de evidência da plasmaférese é 1 A, para SGB (sendo a primeira linha de tratamento para esta patologia) e 1B para MG aguda, o que corrobora com a utilização do procedimento.
ConclusãoConclui-se que a maior parte dos pacientes que fizeram o tratamento com plasmaférese, apresentaram diagnóstico neurológica de SGB, apresentando diferença entre gêneros, acometendo um número maior de pacientes do sexo feminino, referente ao número de sessões não observou-se diferença significativa em relação a literatura.